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Tratamento em SP usa anticoagulante para deter avanço da COVID-19 em internados

Por| 08 de Abril de 2020 às 10h42

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NIAID-RML
NIAID-RML

Uma das particularidades do novo coronavírus (SARS-CoV-2) é que ainda não há muitas pesquisas conclusivas sobre seu comportamento em geral. Suas mutações e a maneira rápida como ele infecta as pessoas estão além da velocidade dos estudos, que, na maioria dos casos, são realizados em laboratórios. Por isso, experimentos controlados que se mostrem eficazes contra o avanço da COVID-19 em pacientes vivos têm sido considerados pelas autoridades de saúde. E uma nova frente vem sendo abordada aqui no Brasil, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Há três semanas, necropsias feitas por especialistas em vítimas da doença que morreram na capital paulista revelaram a presença de pequenos coágulos nos vasos sanguíneos de diversas partes do corpo. Essa reação estaria associada a uma resposta inflamatória exagerada do organismo quando o patógeno ataca as células.

“É uma tempestade inflamatória e isso leva a pequenas coagulações nos vasinhos dos órgãos. Com esses microcoágulos, a circulação de sangue e a oxigenação dos órgãos essenciais vai sendo interrompida, o que pode levar à morte”, explica a pneumologista Elnara Marcia Negri, médica do Sírio e professora livre docente de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

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Testes são promissores, mas ainda estão sob observação

Elnara conseguiu autorização do Hospital Sírio-Libanês para iniciar o experimento com doses controladas do anticoagulante heparina em pacientes internados. Segundo ela, é necessário aplicá-las antes de os pacientes serem intubados, porque os coágulos começam a se formar no período anterior ao quadro de insuficiência respiratória grave.

Até agora foram testadas 30 pessoas e, de acordo com os resultados preliminares, a médica prevê que dois grupos de infectados possam ser os mais beneficiados: os internados que já têm baixa na oxigenação, mas que ainda não foram para a intubação; e os que estão usando ventilação mecânica. “No primeiro caso, a expectativa é de que o tratamento evite que eles evoluam para um quadro ainda mais grave e precisem de intubação. No segundo, a tentativa é permitir que eles saiam mais rápido do respirador e diminuir o risco de morte”, detalha.

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Elnara agora pretende finalizar um protocolo de pesquisa, que será submetido à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), para que o estudo sobre esse método seja ampliado.

Fonte: Estadão