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Tinder da genética saudável: já pensou em dar match pelo genoma?

Por| 11 de Dezembro de 2019 às 15h41

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Tinder da genética saudável: já pensou em dar match pelo genoma?
Tinder da genética saudável: já pensou em dar match pelo genoma?

Aplicativos de encontro virtuais já são realidade na vida de milhões de usuários, que procuram se conectar e conhecer outras pessoas. Se o Tinder é um dos apps que lideram a preferência na hora de marcar um encontro, existem também mais opções, como o Happn, o Kickoff ou Grindr. Só que nessas opções, é o usuário que compartilha o que julga mais interessante de si próprio. Agora, já imaginou usar como pré-requisito o genoma para essas combinações? Tem gente que acha a ideia interessante, enquanto tem gente que acha um completo absurdo.

Isso porque algumas doenças e condições genéticas, como a anemia falciforme, que afeta o transporte de oxigênio no sangue, são causadas por genes recessivos. É normal que uma pessoa comum carregue cerca de 20 desses genes recessivos no seu DNA, mas na maioria das vezes elas não sabem disso, porque também herdaram um gene dominante, considerado saudável, de seus pais. Esse gene acaba por ofuscar o recessivo.

Se um portador de um gene recessivo tiver um bebê com alguém que também carrega o mesmo gene recessivo, seus filhos têm 25% de chance sofrer da doença. A ideia é que essa situação seja evitada com aplicativo de namoro, baseado no DNA, que está em fase de desenvolvimento no laboratório do geneticista George Church, em Harvard, nos Estados Unidos.

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Em entrevista, o geneticista explica o funcionamento do novo app: “Você não descobriria quem não é compatível a você." Isso significa que os usuários só poderiam escolher e só seriam visualizados por quem é “compatível" geneticamente. Dessa maneira, a ideia limitaria inúmeras possibilidades de pessoas se conectaram e já levanta algumas questões éticas, como se a finalidade de todo encontro entre dois indivíduos seja a reprodução.

Questionado sobre a relevância da tecnologia que vem sendo desenvolvida, George Church procura explicar que, caso todos tivessem seu genoma sequenciado e as combinações corretas forem feitas, as doenças causadas por genes recessivos seriam eliminadas. Mas só em um futuro hipotético, onde todas as relações do mundo passassem pelo app.

Na contramão dessas ideias, a sociedade — em nível global — muito provavelmente não estaria disposta a deixar seus dados genômicos determinarem com quem iniciam uma família. Vale lembrar que dois portadores de um gene recessivo para uma doença podem, sim, ter um filho saudável, e sem dúvida alguns parceiros estariam dispostos a correr o risco em nome do amor.

Quem dirige o experimento?

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A pessoa por trás do Tinder do genoma humano é George Church, que trabalhada ao lado de um especialista em ética, em tempo integral, no laboratório. Eles pretendem antecipar os possíveis problemas éticos de seus experimentos, que vão muito além de como formar casais geneticamente combinantes.

Há muitos anos se sabe que os órgãos dos porcos podem manter suas funções quando transplantados em humanos, como as válvulas cardíacas. No entanto, os vírus suínos impedem até então que cirurgiões transplantem órgãos inteiros. Para isso, Church e sua equipe trabalham na alteração do DNA dos porcos e já foram capazes de eliminar 62 vírus que os afetavam.

Mesmo com relativo sucesso no experimento, George Church explica que a tecnologia está longe das salas de cirurgia. Isso porque levarão de “dois a cinco anos para entrar em ensaios clínicos. E, novamente, pode levar dez anos para concluir os ensaios.” Todo esse tempo não impediu, recentemente, investimentos de US$ 100 milhões no seu trabalho de pesquisa com órgãos suínos.

Fonte: Futurism via CBN News