Testes de antígeno podem falhar na detecção da Ômicron, segundo estudo
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 06 de Janeiro de 2022 às 13h51
Um estudo preliminar publicado na plataforma MedRxiv na última terça (4) apontou que alguns testes de antígeno podem falhar na detecção da variante Ômicron, mesmo quando os pacientes carregam altos níveis do vírus. No último dia 28, a FDA (agência de saúde dos EUA) chegou a fazer um alerta para essa mesma questão.
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Os testes de antígeno também ficaram conhecidos como testes rápidos, e envolvem menor custo. Por sua vez, acabam apresentando menor sensibilidade ao vírus. A coleta da amostra é feita, normalmente, com uma haste flexível (swab), e justamente por essa menor sensibilidade, os testes são recomendados apenas até o quinto dia após o surgimento de sintomas.
O estudo em questão contou com 30 participantes infectados com a doença, e prováveis transmissores da variante Ômicron em dezembro. Eles receberam testes de PCR baseados em saliva e amostras nasais. Em alguns casos, o teste de saliva apontou positivo, enquanto o teste nasal deu resultado negativo para a variante.
"O desempenho dos testes de diagnóstico da covid-19 deve continuar a ser reavaliado com novas variantes de preocupação. O objetivo deste estudo foi descrever a discordância nos resultados do teste de saliva e o teste rápido de antígeno (nasal) durante o período infeccioso inicial. Com base na carga viral e transmissões confirmadas por investigação epidemiológica, a maioria dos casos de Ômicron foram infecciosos por vários dias antes de serem detectados por testes rápidos de antígeno", descreve o estudo.
FDA alerta para testes de antígeno e Ômicron
A FDA ainda recomenda que esses testes continuem a ser usados, mas a cautela deve ser ainda maior. Em comunicado, a agência apontou que está colaborando com o programa RADx do National Institutes of Health (NIH) para estudar o desempenho dos testes de antígeno com amostras de pacientes que apresentam a variante Ômicron.
"A RADx recentemente realizou estudos preliminares avaliando o desempenho de alguns testes de antígenos usando amostras de pacientes contendo vírus, o que representa a melhor maneira de avaliar o desempenho real do teste em curto prazo. Os dados iniciais sugerem que os testes de antígeno detectam a variante Ômicron, mas podem ter sensibilidade reduzida", conclui.