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Subvariantes BA.4 e BA.5 do coronavírus escapam melhor de anticorpos da vacina

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Reprodução: Freepik
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Pelo menos dois estudos recentes mostram que as subvariantes da ômicron BA.4 e BA.5 conseguem escapar melhor dos anticorpos de pessoas vacinadas, incluindo as doses de reforço. Os estudos são do Beth Israel Deaconess Medical Center, da Harvard Medical School, e da Columbia University, respectivamente.

Ainda assim, as vacinas contra a covid-19 ainda dão uma proteção substancial contra ocorrências severas da doença, e as fabricantes têm trabalhado em versões específicas dos imunizantes que provoquem uma resposta imune melhor contra essas variantes.

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Diferenças na imunidade

O nível de anticorpos neutralizantes, que define a proteção do corpo contra o vírus, é três vezes menos efetivo contra a BA.4 e BA.5 do que contra as variantes BA.1 e BA.2, que já tinham uma diferença em relação às variantes originais da covid-19. Segundo os pesquisadores, isso aumenta os riscos de infecção entre pessoas já imunizadas e dá abertura para novos surtos.

Nos Estados Unidos, a BA.4 e a BA.5 são responsáveis por cerca de 35% das novas infecções pelo coronavírus, 6% a mais do que na semana anterior, segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC). A expectativa é que as variantes, pela velocidade com que se espalham, acabem ficando dominantes na Europa e na América do Norte nas próximas semanas.

Na pesquisa de Harvard, publicada na New England Journal of Medicine, 27 pessoas foram vacinadas com o imunizante da Pfizer, e os níveis de anticorpos neutralizantes duas semanas após a dose de reforço foram os seguintes (em relação à variante original da covid-19):

  • 6,4 vezes menores contra a BA.1;
  • 7 vezes menores contra a BA.2;
  • 14,1 vezes menores contra a BA.2.12.1;
  • 21 vezes menores contra a BA.4 e BA.5.

E em 27 participantes que haviam sido infectados com as variantes BA.1 e BA.2 numa média de 29 dias antes (a maioria deles também vacinados), os níveis de anticorpos neutralizantes tiveram números semelhantes:

  • 6,4 vezes menores contra a BA.1;
  • 5,8 vezes menores contra a BA.2;
  • 9,6 vezes menores contra a BA.2.12.1;
  • 18,7 vezes menores contra a BA.4 e BA.5.
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Preocupações e novas vacinas

Mais pesquisas são necessárias para determinar o que exatamente os níveis de anticorpos neutralizantes significa para a eficácia das vacinas, e se resultados semelhantes vão surgir em grupos maiores de participantes. Os dados, segundo os cientistas, sugerem que o vírus ainda tem capacidade de sofrer mutações, provavelmente escapando da imunização eficiente contra variantes anteriores, seja por vacinação ou por infecção anterior.

Alguns especialistas temem que os casos de reinfecção subam junto à falsa sensação de segurança que algumas pessoas já infectadas possuem, bem como quem acredita que as vacinas significam o fim da pandemia de covid-19. Com as variantes BA.4 e BA.5 aumentando suas infecções, é provável que novas restrições ou ciclos de vacinação sejam implementados.

Enquanto isso, algumas empresas trabalham em vacinas específicas para as variantes em crescimento, como a Moderna, que afirmou estar fazendo um novo imunizante chamado mRNA-1273.214, que deve ter uma resposta imune boa contra a BA.4 e a BA.5. A expectativa é que, submetendo os dados dos testes o mais rápido possível, novos lotes com a vacina estejam disponíveis em agosto.

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Fonte: NEJM, CDC, Moderna, Nature