Startup polemiza ao testar terapia genética em pacientes com demência
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |

Em abril, seis pacientes com demência foram levados dos EUA para o México para que uma empresa chamada BioViva pudesse injetá-los uma droga experimental que fazia parte de uma terapia genética anti-envelhecimento. O tratamento ainda não havia sido comprovado.
- Tratamento genético recupera a visão de paciente cego com uma única injeção
- Médicos editam código genético pela primeira vez dentro do corpo humano
- Como a tecnologia está envolvida no futuro do combate à doença de Parkinson
A ideia da terapia genética (usar um vírus inócuo para inserir uma cópia de um gene no DNA das células das pessoas para corrigir uma mutação causadora de doença) não é exatamente uma novidade. No entanto, além de o tratamento genético ainda não ter sido comprovado, e não conta com a aprovação de órgãos reguladores de saúde do país. As condições dos tratamentos apresentam "dados clínicos ausentes e relatos conflitantes", segundo investigação feita pelo site norte-americano STAT News.
Em entrevista ao STAT, a CEO da empresa, Elizabeth Parrish, chegou a descrever o envelhecimento como "uma doença que precisa de tratamento como qualquer outra", o que a levou a investir no ramo anti-envelhecimento. No entanto, em sua opinião, é uma área que enfraquece pela sobrecarga de "regulamentações desnecessárias".
A empresa atraiu a atenção por ter trabalhado com pesquisadores para desenvolver genes de animais, mas sem que ficasse claro onde e como garantiu os genes humanos. Para complicar ainda mais a questão, a BioViva fez experimentos em pacientes com demência, um grupo particularmente vulnerável, enquanto deliberadamente evitava a supervisão regulatória, acendendo um alerta para questões éticas.