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Rata com duas mães e sem pai é capaz de gerar filhotes normalmente

Por| 15 de Outubro de 2018 às 18h07

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LEYUN WANG
LEYUN WANG

Cientistas chineses conseguiram mais uma proeza nos avanços da engenharia genética reprodutiva: depois de gerarem uma prole a partir de duas mães (sem nenhum macho envolvido), agora foi possível fazer com que uma filhote fêmea desse cruzamento pudesse ter seus próprios bebês.

Os animais "bimaternais" (ou seja, com duas mães) eram saudáveis o suficiente para terem suas crias por conta própria. Por outro lado, ratos machos com dois pais (e sem uma mãe) morreram poucos dias após o nascimento.

Os pesquisadores estudaram animais como o dragão de Komodo, que é uma das várias espécies capazes de se reproduzir por meio da partenogênese — como é chamado o desenvolvimento de um ser vivo a partir de um óvulo não fecundado. Então, a equipe descobriu quais regras de reprodução eles precisariam quebrar para gerar ratos bebês de pais do mesmo sexo.

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Para a reprodução com duas mães, o time usou o óvulo de uma rata e uma célula-tronco embrionária de outra (ambos contendo apenas a metade das instruções genéticas exigidas). Então, foi usada edição genética para excluir três conjuntos de instruções genéticas para tonar tudo compatível no caso da reprodução com duas mães. Para a reprodução com dois pais, o processo foi mais complicado: foi preciso um espermatozóide, uma célula-tronco embrionária masculina, um óvulo que teve sua informação genética removida e a exclusão de sete genes. Contudo, os ratos "bipaternais" (com dois pais) morreram dentro de 48 horas após o nascimento.

De qualquer maneira, a pesquisa está avançada o suficiente para "levar ao desenvolvimento de formas de casais do mesmo sexo reproduzirem filhos saudáveis", de acordo com a visão da doutora Teresa Holm, da Universidade de Auckland. No entanto, ela aponta que existem "preocupações éticas e de segurança significativas que precisam ser superadas" antes que essa possibilidade seja ampliada para além de ratos de laboratório. E, claro, para que, em um dia que ainda parece estar longínquo, sejam feitos testes com humanos, é preciso ter a certeza de que qualquer criança resultante de um cruzamento entre pessoas do mesmo sexo nasceria mental e fisicamente normal — com capacidades reprodutivas, inclusive.

Fonte: BBC