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Proteína Klotho pode impedir morte de neurônios

Por| Editado por Luciana Zaramela | 02 de Março de 2023 às 18h40

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iLexx/Envato Elements
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Cientistas brasileiros descobriram que a capacidade anti-inflamatória e antienvelhecimento da proteína Klotho pode barrar a morte de neurônios no cérebro, durante experimentos em laboratório. A morte neuronal é um processo associado com inúmeras doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson e outros tipos de demência, e a ciência não consegue evitá-la com 100% de eficácia e segurança.

Liderado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), o estudo que analisa o impacto da proteína Klotho foi publicado na revista Scientific Reports. Os autores ainda não sabem se outras proteínas ou moléculas estão envolvidas no processo de controle de inflamações no cérebro, mas a descoberta abre precedente para uma nova geração de potenciais terapias e medicamentos.

Afinal, o que é a proteína Klotho?

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Aqui, é importante destacar que os pesquisadores da USP não identificaram uma nova proteína, mas, sim, comprovaram um possível uso para ela. Na comunidade científica, a Klotho é conhecida por suas características antienvelhecimento desde 1997, quando foi oficialmente descoberta.

Outro ponto é o fato da proteína ser "comum" no organismo humano. De forma geral, as concentrações da Klotho permanecem elevadas do nascimento até a idade adulta, mas começam a cair com o processo de envelhecimento. Este momento coincide com a presença de maiores níveis de inflamação em todo o corpo (sistêmica).

Anteriormente, outros estudos já identificaram os potenciais benefícios da proteína nos sistemas renal, vascular e pulmonar, mas era, até então, pouco estudada no cérebro. Na atual pesquisa, os cientistas identificaram que ela também apresentava correlação com o aparecimento dos déficits cognitivos.

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Como foram os testes com a proteína Klotho?

Durante o experimento in vitro, foi possível observar que a proteína desempenha um papel protetor contra inflamações em células do sistema nervoso central (SNC) que interagem com os neurônios — estas são chamadas células da glia. Por causa deste efeito é que podem ser consideradas promissoras na prevenção e no tratamento de casos neurodegenerativos.

Para isso, os pesquisadores induziram um quadro de inflamação das células cerebrais, através da exposição a uma molécula encontrada na membrana de algumas bactérias. Sob estresse, as células emitiam citocinas pró-inflamatórias. Quando produzidas em excesso ou de forma crônica, estas podem provocar a morte neuronal. No entanto, a proteína Klotho conseguiu melhorar o nível de inflamação, o que evitará danos aos neurônios. Agora, é necessário entender como esse mecanismo se reflete em organismos vivos.

Fonte: Scientific Reports e Agência Fapesp