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Por que tatuagens não saem da pele?

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Nejron/Envato
Nejron/Envato

Ainda não está totalmente claro para a ciência como uma tatuagem sobrevive na pele, considerando que o sistema imunológico está constantemente fazendo o possível para destruí-la. O que acontece é que, quando tatuado, o corpo considera o desenho uma agressão.

A pele é a “primeira barreira” do sistema imunológico e conta com células defensivas de ação rápida que podem entrar em ação quando são violadas, com o objetivo de descobrir qualquer coisa estranha e destruir para que o processo de cura aconteça.

Essa missão geralmente é bem-sucedida, como no processo de cicatrização de uma queimadura, por exemplo. No entanto, quando o assunto envolve tinta, isso é diferente. Conforme explicam os especialistas, as partículas nos pigmentos são volumosas e difíceis de serem degradadas pelas enzimas de uma célula imunológica, formando um verdadeiro carimbo permanente.

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Assim, quando as tintas são absorvidas por células imunológicas, é como se elas recusassem ser decompostas. Então quando a tinta é visível na superfície do corpo, ela não está apenas entrelaçada entre as células da pele, mas sim nas entranhas dos macrófagos que não conseguem "digeri-la".

Os cientistas apontam que, no final da vida dessa célula, ela começa a se desfazer, liberando o pigmento em seu núcleo. No entanto, logo em seguida essa tinta é absorvida por outro macrófago, e o ciclo se reinicia. É justamente por isso que é tão difícil remover tatuagens com laser.

No entanto, apesar de conhecer o princípio desse mecanismo de "manutenção" da tinta na pele humana, a ciência ainda não comprova se essa interação com os macrófagos tem consequências, uma vez que os macrófagos bloqueados podem ser menos capazes de absorver substâncias mais perigosas, como patógenos.

Anteriormente, cientistas notaram que o pigmento da tatuagem pode alterar as proteínas que produzem e os sinais que enviam para outras células, e uma das teorias é que a célula pode começar a reagir de forma excessiva ou insuficiente a materiais estranhos, potencialmente colocando o sistema imunológico em desvantagem se uma nova tatuagem acabar inflamada. Ainda assim, é válido entender que as infecções são raras com tatuagens.

Fonte: The Atlantic