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"Pior Dor do Mundo" | Como paciente usará bluetooth para aliviar sintomas

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Foto: Victor Carvalho/Canaltech
Foto: Victor Carvalho/Canaltech

Talvez nesta semana você tenha se deparado com a alta no termo "pior dor do mundo". Isso porque o caso de Carolina Arruda tomou conta das redes sociais. A brasileira de 27 anos sofre de neuralgia do trigêmeo, considerada como uma das piores dores do mundo. Para reduzir os sintomas, passará por um procedimento de implantação de eletrodos em seus cérebros. A ideia é que a paciente possa, através do uso de bluetooth, ajustar a intensidade dos impulsos elétricos em seu nervo.

O procedimento ocorre na Clínica da Dor da Santa Casa de Alfenas, no interior de Minas Gerais. Na última atualização compartilhada no Instagram pela própria Carolina no último domingo (28), já foi realizada a etapa de programar os eletrodos.

"Gostaria de expressar minha imensa gratidão aos incríveis Dr. Carlos Marcelo de Barros, especialista em dor, e Dr. Tiago Freitas, o melhor em neuromodulação. Graças à cirurgia inovadora realizada por esses dois médicos excepcionais, tenho esperança de uma vida com menos dor. Obrigada por sua dedicação e por trazer alívio a tantos pacientes como eu", escreveu a paciente em seu Instagram.

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Segundo comunicado divulgado pela própria Clínica da Dor da Santa Casa de Alfenas, o procedimento será realizado após confirmação com um bloqueio teste (injeção de pequena quantidade de anestésico local próximo ao nervo para confirmação efetiva da origem da dor).

"A depender da resposta ao bloqueio teste do gânglio de gasser se discutirá com a paciente, pesando os riscos e benefícios, se decidirá por reabordagem a esquerda ou neuromodulação de gânglio de gasser", diz o comunicado.

Como o bluetooth será usado para reduzir os sintomas

A tecnologia vai funcionar da seguinte maneira: um dispositivo implantado permite que a paciente emita impulsos elétricos para estimular o nervo e corrigir sua atividade anormal.

O gerador de pulso envia uma corrente elétrica de baixa intensidade para os eletrodos, que imita as ondas elétricas das fibras nervosas responsáveis pela dor.

Esses eletrodos são posicionados estrategicamente para modular a dor, substituindo o estímulo doloroso por um não doloroso. Por exemplo, um eletrodo é colocado na medula para cobrir os ramos nervosos onde Carolina sente dor no lado direito, e outro no gânglio de Gasser para o lado esquerdo.

Os eletrodos são conectados por fios a um gerador que determina a quantidade de estímulo que os eletrodos enviam aos nervos.

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Basicamente, a tecnologia funciona sem parar, com possibilidade de intensidade baixa a moderada. A equipe médica ajusta o gerador para garantir que a neuroestimulação seja eficaz e confortável, configurando o sistema de acordo com as necessidades.

E se não der certo?

Em comunicado, a Clínica da Dor da Santa Casa de Alfenas já revelou os próximos passos, caso esse primeiro procedimento não seja o suficiente para conter os sintomas de Carolina:

"Se o implante de neuroestimuladores não proporcionar alívio suficiente da dor para melhorar a qualidade de vida da paciente, a opção terapêutica será o implante de bomba de infusão intratecal de fármacos, um dispositivo implantado no abdômen da paciente que, através de um cateter colocado diretamente no sistema nervoso central, infunde medicamentos analgésicos diretamente no alvo terapêutico", diz a instituição.

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A clínica ainda apresenta outras alternativas, como uma nova abordagem cirúrgica de descompressão vascular
do nervo trigêmeo e, em último caso, um "procedimento neurocirúrgico de nucleotractomia trigeminal, que tem como objetivo interromper cirurgicamente a transmissão sensitiva do nervo trigêmeo".

A pior dor do mundo

O nervo trigêmeo é um conjunto de nervos cranianos na cabeça. É o nervo responsável por fornecer sensação ao rosto. A dor geralmente envolve a parte inferior do rosto e a mandíbula, embora às vezes afete a área ao redor do nariz e acima do olho.

A "pior dor do mundo" é descrita como semelhante a um choque elétrico, e segundo a American Association of Neurological Surgeons, os ataques podem começar leves e curtos, mas se não for tratada, a neuralgia do trigêmeo pode piorar progressivamente.

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Fonte: Santa Casa de AlfenasAANSCarolina Arruda (Instagram)