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Pesquisadores criam tecnologia que faz pacientes sentirem braços prostéticos

Por| 14 de Março de 2018 às 17h37

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Cleveland Clinic Center for Medical Arts & Photography
Cleveland Clinic Center for Medical Arts & Photography

Um novo estudo publicado pela Science Translational Medicine hoje pode ser um divisor de águas para a produção do mãos prostéticas. Os pesquisadores descobriram uma forma de o usuário sentir seus próprios dedos ao movê-los mesmo com uma mão artificial.

A pesquisa foi feita com pessoas que passaram por cirurgias em que foram reconfigurados os nervos e músculo ao redor da parte amputada de forma que o paciente consiga mexer a prótese com sinais cerebrais intuitivamente. A grosso modo, a pessoa seria capaz de mover o membro simplesmente pensando em movê-lo de forma muito similar a uma pessoa com braço orgânico.

Com três destes, os pesquisadores fizeram uma série de experimentos em que colocavam um aparelho perto da área amputada que emite vibrações por músculos específicos do paciente. O resultado disso foi que eles tiveram uma ilusão de realmente sentir o braço se movimentando, tanto apenas em uma simulação virtual (sem o braço mecânico), quanto movendo a prótese de fato. Os testes foram feitos em pessoas com amputações que vão desde além do cotovelo até aqueles que perderam o braço inteiro.

A vantagem para o usuário é que, ao passo que consegue sentir o toque, deixar de precisar sempre olhar para o membro ao executar algumas funções. Ou seja, a sensibilidade é parte importante na função motora.

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O principal autor da pesquisa é o engenheiro bioquímico da Cleveland Clinic e diretor do Laboratory for Bionic Integration, Paul Marasco. Ele explica que o ser humano antecipa o movimento dos braços antes de fazer uma função, já que sensibilidade faz o resto. O objetivo é que os pacientes com braços prostéticos possam ter a mesma liberdade. Ele ainda explica que a medicina já tem conhecimento de que vibrações podem trazer esta sensação para pessoas com prótese, contudo, somente há três anos, estão estudando a aplicação comercial disso.

Com o experimento, ainda, o pesquisador acredita que pode trazer novos pensamentos sobre como percebemos a realidade. O estudo chegou à conclusão de que há dois componentes que definem a nossa auto-percepção. O primeiro seria o de que nossos movimentos estão sendo intencionalmente feitos por nós, chamado de sensação de agência. Já o outro seria de que sentimentos que nosso corpo é realmente nosso, chamado de sensação de encarnação. Mesmo que sendo capazes de mexer e sentir seus braços, os pacientes disseram não sentir que a prótese fazia parte de seus corpos. Isto incutiu aos pesquisadores a ideia de que a sensação de agência e de encarnação são criadas em partes diferentes do nosso corpo.

A pesquisa ainda mostra que atualmente mais de 10% das pessoas com amputações acima do cotovelo rejeitam a prótese somente por não sentirem confortáveis com ela. Dessa forma, o desenvolvimento de sensitividade para os braços prostéticos poderia ajudar as pessoas a se sentirem mais confortáveis.

A pesquisa completa pode ser acessada no site oficial da Science Translational Medicine.

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Fonte: Gizmodo