OMS apresentará plano de transição da pandemia para "fase de controle"
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 24 de Janeiro de 2022 às 17h44
A Organização Mundial da Saúde (OMS) deve anunciar, até o final de fevereiro, um plano de transição da pandemia da covid-19 para uma "fase de controle", de acordo com o diretor de Emergências Sanitárias da entidade, Mike Ryan. A fala sobre as novas medidas foi feita durante a reunião do Comitê Executivo da OMS, nesta segunda-feira (24).
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O objetivo do plano de transição, segundo Ryan, é chegar em uma fase onde haja um "controle prolongado" da covid-19. A partir desse ponto, a saúde pública deverá administrar novos surtos do coronavírus SARS-CoV-2 como administra os de outros vírus respiratórios, como a gripe (influenza).
De acordo com Ryan, as medidas que serão tomadas durante a transição da pandemia da covid-19 deverão ser, no futuro, adotadas para que a humanidade lide com outras eventuais pandemias. "A próxima pandemia, certamente, será causada por um [agente] agente respiratório", como os coronavírus, afirmou.
O que é preciso para acabar com a pandemia?
"Para acabar com a emergência internacional da covid-19 em 2022, ainda há muito a ser feito, incluindo a redução da infecção descontrolada, especialmente em populações vulneráveis, e a redução do risco de surgimento de novas variantes", destacou Ryan. Atualmente, o mundo enfrenta uma nova onda da doença, causada pela variante Ômicron (B.1.1.529) do coronavírus SARS-CoV-2.
Além disso, Ryan defende a importância de "minimizar as consequências a longo prazo da infecção" e reduzir a taxa de mortalidade da covid-19. A partir dos números oficiais sobre infectados e mortos da pandemia, esta é estimada em 1,6%.
Para reduzir o impacto da doença, "estratégias nacionais de saúde precisam ser otimizadas", afirmou Ryan. Nesse sentido, "cada país tem que encontrar seu próprio caminho para descer a montanha".
Questão da vacinação
Ainda nesta segunda, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, também falou sobre os rumos da pandemia. Para Tedros, "podemos acabar com a covid-19 como uma emergência de saúde global e podemos fazer isso neste ano”.
Para alcançar esse objetivo, o diretor-geral defende que países devem garantir acesso equitativo aos imunizantes contra a covid-19, por exemplo. “Simplesmente não podemos encerrar a fase de emergência da pandemia, a menos que preenchamos essa lacuna”, afirmou Tedros sobre a situação desigual da vacinação.
De acordo com a plataforma Our World in Data, 52% da população do mundo recebeu as duas doses da vacina ou um imunizante de dose única. Entretanto, apenas 9,5% das pessoas em países de baixa renda receberam pelo menos uma dose.
Fonte: EFE