O tamanho do seu pescoço pode ser sinal de problema cardiovascular ou metabólico
Por Nathan Vieira • Editado por Melissa Cruz Cossetti |

O tamanho do seu pescoço pode ser sinal de problema cardiovascular ou metabólico. Esse é o alerta dos pesquisadores Ahmed Elbediwy e Nadine Wehida, da Kingston University. A gordura localizada nessa região libera ácidos graxos na corrente sanguínea, o que interfere na regulação do colesterol, da glicose e até no ritmo cardíaco. Por isso, o pescoço mais grosso pode ser um sinal visível de que há excesso de gordura visceral, a mais perigosa para a saúde por envolver órgãos vitais.
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Em artigo do The Conversation, os pesquisadores mencionam que as consequências associadas a essa característica física são preocupantes. Pessoas com pescoço mais grosso apresentam maiores taxas de hipertensão, fibrilação atrial, insuficiência cardíaca e doença arterial coronariana.
A fibrilação atrial, em particular, merece atenção, pois se trata de um distúrbio no ritmo do coração que favorece a formação de coágulos e pode levar a acidentes vasculares cerebrais. Além dos problemas cardiovasculares, há também uma relação direta com distúrbios metabólicos, como o diabetes tipo 2 e o diabetes gestacional, que podem gerar complicações severas ao longo do tempo, incluindo perda da visão e amputações.
Outro ponto discutido no artigo é o vínculo entre o tamanho do pescoço e distúrbios do sono. Pessoas com circunferência aumentada tendem a apresentar mais casos de apneia obstrutiva do sono, uma condição que interrompe repetidamente a respiração durante a noite, resultando em fadiga intensa e sobrecarga no sistema cardiovascular.
Quando o tamanho do pescoço deve preocupar?
Para os pesquisadores, medidas acima de 43 centímetros nos homens e 35,5 centímetros nas mulheres já representam um aumento de risco. Mesmo pessoas com índice normal podem apresentar riscos maiores caso a circunferência do pescoço ultrapasse esses valores. Além disso, cada centímetro extra está associado a maior chance de hospitalizações e até de mortalidade.
Apesar disso, os autores ressaltam que não é preciso encarar a medição como sentença definitiva, mas sim como um alerta preventivo. A circunferência do pescoço pode diminuir com mudanças de estilo de vida. A prática regular de exercícios físicos, tanto aeróbicos quanto de força, combinada com sono de qualidade e uma alimentação equilibrada, rica em frutas, legumes, verduras e leguminosas, ajuda a reduzir a gordura corporal e a proteger o metabolismo.
Medir o pescoço é simples e leva apenas alguns segundos. Basta utilizar uma fita métrica ao redor da região mais estreita, garantindo que o ajuste esteja firme, mas não apertado. Embora não substitua avaliações médicas tradicionais, essa prática pode fornecer informações adicionais valiosas sobre o estado de saúde geral. A conclusão dos especialsitas é que prestar atenção ao tamanho do seu pescoço é mais uma forma de ampliar o cuidado preventivo.
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Fonte: The Conversation