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O que é propilenoglicol?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 24 de Setembro de 2022 às 10h00

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Leungchopan/Envato
Leungchopan/Envato

O propilenoglicol é um composto químico, muito usado em diferentes setores da indústria e está presente na fórmula de alguns alimentos processados. Nas últimas semanas, a substância começou a ser discutida no Brasil, porque foi associada com a morte de dezenas cachorros. Só que, na verdade, ela não estava pura e tinha sido contaminada por etilenoglicol — algo realmente tóxico e proibido para consumo.

Em temperatura ambiente, a pergunta "O que é propilenoglicol?" pode ser respondida da seguinte forma: um líquido incolor e sem nenhum cheiro específico. Nessas circunstâncias, é espesso ao ponto de lembrar um xarope. Caso seja aquecido (alta temperatura) ou agitado rapidamente, o composto passa para o estado gasoso.

Com a confusão causada pela contaminação dos petiscos de cachorros e a morte dos animais, criou-se a ideia de que o propilenoglicol faz mal — o que é falso, desde que respeitados os limites seguros de uso. A seguir, veja em quais situações esse composto pode ser usado, incluindo a indústria alimentícia.

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Propilenoglicol faz mal à saúde? É tóxico?

Embora tenha surgido o mal-entendido de que o propilenoglicol faz mal à saúde e é tóxico, já sabemos que isso não é verdade. Inclusive, a substância é usada pelas indústrias química, alimentícia e farmacêutica, segundo artigo na plataforma PubChem, mantido pelo Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia, nos Estados Unidos.

Além disso, o texto pontua que "a Food and Drug Administration (FDA) classifica o propilenoglicol como um aditivo 'geralmente reconhecido como seguro' para uso em alimentos". No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também autoriza o seu uso em alguns produtos.

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Para que serve o propilenoglicol nos alimentos?

No Brasil, "o propilenoglicol é um aditivo alimentar autorizado pela Anvisa para uso em 21 categorias de alimentos para consumo humano, com quatro funções de uso", explica a agência. "Para todas as categorias de alimentos há limite de uso (mg/kg) do propilenoglicol, conforme legislação específica", reforça a Anvisa.

Entenda os usos do propilenoglicol em alimentos

A seguir, confira as quatro funções de uso do propilenoglicol nos alimentos:

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  • Agente carreador: é uma forma de uso para dissolver, diluir, dispersar ou modificar fisicamente outros aditivos ou nutrientes do alimento, sem alterar sua função;
  • Estabilizante: função para manter ou intensificar a cor de um alimento;
  • Glaceante: muito usado na confeitaria, esta função confere ao alimento uma aparência brilhante ou um revestimento protetor;
  • Umectante: função que preserva a umidade dos alimentos ou que facilita a dissolução de uma substância seca em meio aquoso.

Quais aliamentos podem conter propilenoglicol?

Entre as 21 categorias de alimentos que podem conter o propilenoglicol, confira quais são as principais, segundo a Anvisa:

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  • Suplementos alimentares;
  • Cobertura de empanamento para pescado e produtos de pescado;
  • Aperitivos à base de batatas, cereais, farinha ou amido (derivado de raízes e tubérculos, legumes e leguminosas);
  • Sementes oleaginosas e nozes processadas, com cobertura ou não
  • Frutas in natura (embaladas e com tratamento de superfície);
  • Doces de frutas ou de vegetais;
  • Frutas secas ou desidratadas;
  • Mistura para o preparo de bolos, tortas, doces e massas de confeitaria, com fermento químico, com ou sem recheio/cobertura;
  • Biscoitos e similares com recheio/cobertura ou sem;
  • Bolos, tortas, doces e massas de confeitaria, com fermento biológico/fermento químico, com ou sem recheio/cobertura;
  • Alimentos com cacau para preparo de bebidas;
  • Balas de goma e balas de gelatina;
  • Balas e caramelos;
  • Coberturas e xaropes para produtos de panificação ou de confeitaria;
  • Confeitos;
  • Bombons;
  • Pastilhas;
  • Torrones, marzipãs ou pastas de sementes comestíveis.

Usos além do setor alimentício

Segundo o artigo da PubChem, o propilenoglicol é basicamente uado para absorver água extra e manter a umidade, independente da indústria. Além disso, "é um solvente para corantes e aromatizantes de alimentos e nas indústrias de tintas e plásticos", explica. Por fim, a substância também está entre os componentes da fumaça artificial, adotada em produções teatrais e em treinamento de combate a incêndios.

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A seguir, veja em quais produtos o propilenoglicol pode ser encontrado:

  • Perfumes;
  • Tintas;
  • Fumaça artificial;
  • Hidratantes;
  • Produtos de limpeza;
  • Detergentes;
  • Desodorantes;
  • Batons;
  • Lubrificantes;
  • Shampoos;
  • Gelo seco;
  • Cartuchos de cigarro eletrônico;
  • Petiscos para cachorros.

Todo propilenoglicol tem etilenoglicol?

No caso dos petiscos para cachorros, o propilenoglicol foi contaminado, em alguma etapa do processo de fabricação, por etilenoglicol — também conhecido como monoetilenoglicol. Até o momento, as investigações apontam que foi essa contaminação a responsável por matar dezenas de cães no Brasil.

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"O etilenoglicol é um solvente orgânico altamente tóxico que causa insuficiência renal e hepática, podendo inclusive levar à morte, quando ingerido", explica a Anvisa. Inclusive, é a mesma substância estava envolvida na contaminação de cervejas artesanais, em 2020, na qual pessoas também teriam morrido por intoxicação.

Fonte: PubChem e Anvisa