Ministério da Saúde define critérios de uso de remédio para HIV multirresistente
Por Nathan Vieira |

Desde o ano passado, o SUS conta com o fostensavir como remédio para HIV multirresistente. O Ministério da Saúde publicou, pela primeira vez, uma nota técnica com todos os critérios estabelecidos para o uso desse medicamento.
O anúncio oficial do ministério diz que a avaliação e a liberação do medicamento será feita pela Coordenação de Vigilância de HIV e Aids, com o apoio técnico de um grupo de especialistas.
Na prática, vai acontecer da seguinte maneira: as solicitações do medicamento serão analisadas individualmente, e os pacientes diagnosticados com HIV e que façam uso do remédio serão monitorados.
O Ministério da Saúde reconhece, na nota técnica, que o medicamento "demonstrou eficácia na supressão viral e aumento na contagem de linfócitos T-CD4+ de pessoas que vivem com HIV ou aids (PVHA) com infecção por HIV multirresistente" e teve "segurança favorável e eventos adversos leves, tais como diarreia e cefaleia".
A nota ainda acrescenta que "o medicamento representa uma importante aplicação terapêutica em uma população com alto risco de progressão de doença e de elevada mortalidade".
Critérios de uso do fostensavir
O Ministério da Saúde compartilha os seguintes critérios de uso do fostensavir:
- Restrito a adultos vivendo com HIV que apresentam falha virológica e resistência a múltiplas classes de antirretrovirais (ARV)
- Para PVHA em uso de enfuvirtida nos últimos seis meses, está indicada sua troca por fostensavir
- O fostensavir não está recomendado para PVHA cujo teste de genotipagem demonstre atividade plena de darunavir (DRV) ou dolutegravir (DTG)
- Todos os casos em que for solicitado o fostensavir serão avaliados de forma individual e centralizada
- Uma vez identificada ausência de resposta virológica, será caracterizada futilidade do uso de fostensavir e prevista a interrupção do seu fornecimento.
A nota do Ministério encerra dizendo que o medicamento para HIV é "uma intervenção destinada à população com multirresistência e maior mortalidade: a equidade e integralidade da política de cuidado e tratamento estabeleceram os parâmetros para sua incorporação ao elenco de antirretrovirais disponibilizados no SUS".
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Fonte: Ministério da Saúde, Agência Brasil