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Ligação genética entre doenças intestinais e mal de Alzheimer é confirmada

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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alexstand/envato
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Estudo confirma ligação genética entre doenças intestinais e o mal de Alzheimer — a doença é uma das formas mais comuns de demência, afetando a memória e a habilidade de pensar. Sem tratamentos para a cura, estima-se que ela irá afetar mais de 82 milhões de pessoas até 2030, custando até R$ 10 trilhões à saúde em todo o mundo.

Estudos observacionais já haviam sugerido uma relação entre o Alzheimer e desordens do trato gastrointestinal, mas o elo entre as condições não estava claro. Pesquisadores da universidade australiana Edith Cowan University (ECU) publicaram um artigo na revista científica Communications Biology detalhando a ligação genética recém encontrada entre as doenças.

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Culpa do colesterol?

Pessoas com o mal de Alzheimer e com problemas no intestino têm genes em comum, segundo os cientistas: isso não quer dizer que quem tem uma das condições desenvolverá a outra, mas sim que há evidências da ligação entre cérebro e intestinos, conceito que teoriza a união dos centros cognitivos e emocionais com o funcionamento do sistema intestinal.

Algumas das doenças gastrointestinais crônicas ligadas ao mal de Alzheimer são o refluxo gastroesofágico, úlcera gástrica, gastrite/duodenite, síndrome do intestino irritável e diverticulose; uma exceção é a doença inflamatória intestinal. Além disso, o papel do colesterol na ligação entre essas condições foi investigado, sugerindo que níveis anormais do composto são fator de risco para ambos os problemas.

As características biológicas e genéticas comuns aos dois tipos de problema sugerem um papel considerável do metabolismo dos lipídios, do sistema imune e de medicações que diminuem o colesterol. Segundo os cientistas, há evidências de que o colesterol alto pode chegar ao sistema nervoso central e resultar em um metabolismo anormal de colesterol no cérebro.

Níveis anormais de lipídios no sangue também podem ser causados — ou piorados — por bactérias intestinais (H. pylori), dando base para crermos que isso pode influenciar no mal de Alzheimer e em distúrbios intestinais. Essas ligações descobertas pelos pesquisadores podem ajudar a desenvolver tratamentos contra o Alzheimer no futuro.

Estatinas, por exemplo, que são utilizadas para abaixar os níveis de colesterol no corpo, podem ter um bom potencial terapêutico para problemas gastrointestinais e mal de Alzheimer. São necessários, no entanto, mais estudos e acompanhamento individual para cada paciente para verificar a viabilidade do uso de tais medicamentos. A pesquisa indica, também, que a dieta pode contribuir para o tratamento e prevenção das patologias estudadas.

Fonte: Communications Biology