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Invenção promete consertar ossos quebrados em poucos dias

Por| 06 de Dezembro de 2019 às 17h23

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Coordinated Health
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Só quem já quebrou algum osso, sabe o quão demorado e cansativo é o processo de regeneração, sem contar os inúmeros raios-x e a obrigação de passar semanas com uma peça de gesso acoplada ao corpo. 

Pensando nisso, um grupo de pesquisadores, de diferentes partes do mundo, descobriu uma maneira de usar aerogéis biocompatíveis — que são materiais sólidos e porosos, mas extremamente leves — para estimular o crescimento de novos tecidos ósseos.

Desenvolvido por três laboratórios de pesquisa do Irã, Alemanha e Áustria, o estudo publicado na ACS Publications explica como aerogéis, feitos como uma combinação de sólido e gás, são capazes de restaurar o tecido ósseo perdido. 

É como se esses substratos funcionassem igual a uma gelatina, mas que a água foi evaporando lentamente e substituída completamente pelo ar. É essa remoção do líquido, de maniera a manter a estrutura, que permite que o gel preserve sua forma, no lugar de encolher. Esse espaço “oco” formado permite o desenvolvimento dos tecidos em um espaço pré-definido. Dessa maneira, os compostos funcionam como guias para o tecido ósseo, que em processo de regeneração, trilha seu caminho à medida que cicatriza.

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Como é hoje?

Atualmente, os métodos mais conhecidos para a regeneração óssea consistem em enxertar tecidos novos, no local da fratura, ou tracionar lentamente dois pedaços de osso cada vez mais distantes entre si, permitindo que um novo tecido cresça ali no meio. Mas os dois métodos são dolorosos, complicados e, principalmente, caros.

Na verdade, o tecido ósseo só precisa de um incentivo para se regenerar. Na maioria das vezes, a pressão mecânica é o suficiente. Só que a parte mais complicada é fazer com que o novo tecido ósseo cresça exatamente na direção certa e pela quantidade correta de tempo. 

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Caso o osso pare de se desenvolver antes do tempo, ele ficará muito fraco e sujeito a novas fraturas no mesmo lugar. Já o oposto, deixar crescer demais, fará com que o paciente tenha dores constantes. O que os médicos buscam, então, é o crescimento equilibrado que pode ser alcançado utilizando o novo aerogel, conforme defendem seus criadores com a pesquisa.

Afinal, o aerogel é colocado como um enxerto, preenchendo o local onde aconteceu a fratura óssea para poder guiar o tecido no seu crescimento. Isso porque a substância é forte, mas não muito rígida, além disso, dura apenas o tempo suficiente para o desenvolvimento do tecido e possui poros para as células se infiltrarem. Depois disso, ela é reabsorvida pelo organismo.

A composição desses aerogéis é 50% feita de proteínas, por isso serão decompostas pelo organismo sem causar rejeição. E a outra metade é de sílica, composto também biocompatível que vai derretendo, sem causar prejuízos ao organismo, e é conhecido por acelerar a cicatrização de feridas.

Etapa de desenvolvimento

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Durante o desenvolvimento do produto, o aerogel foi aplicado em camundongos, onde se verificou que ele também estimulava a regeneração óssea. No experimento, os pesquisadores produziram pequenas lesões ósseas em dois grupos de ratos e implantaram o aerogel em um deles.

Após 25 dias, eles viram que os animais com os implantes mostraram uma cura mais rápida e melhor do que os sem implantes. Dessa maneira, comprovou-se que o aerogel não estava apenas permitindo que o osso novo crescesse, mas também estimulava seu crescimento mais rápido do que o normal. Em alguns testes, esses aerogéis também foram enriquecidos com alguns medicamentos ou fatores de crescimento, potencializando ainda mais seus usos e aplicações.

Outras aplicações

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A capacidade do aerogel de acelerar a regeneração óssea coloca o tratamento com biomaterial na vanguarda das novas tecnologias terapêuticas. Afinal, é capaz de regenerar fraturas ósseas em um período de alguns dias, em vez de semanas. 

Ele também pode auxiliar a recuperação de pacientes com câncer ósseo. Mesmo que esse tipo de câncer ósseo seja relativamente raro — e responsável por menos de 1% de todos os cânceres —, as pessoas que sofrem com isso acabam perdendo muito tecido ósseo e, em casos extremos, passam por amputações. 

Durante as cirurgias, o tecido canceroso é cortado e, por precaução, uma porção de tecido saudável próximo ao tumor também é removida para garantir que o câncer não se espalhe e que não sobrem resquícios. Embora efetivo, o procedimento deixa o paciente com muito menos tecido ósseo do que quando começou o tratamento. Por isso mesmo, a invenção é, de fato, promissora.

Fonte: Inverse