Idioma nativo pode influenciar diretamente as conexões do cérebro
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Segundo um estudo publicado na revista científica NeuroImage, a língua nativa de uma pessoa pode influenciar diretamente a forma como o cérebro constrói conexões entre as regiões responsáveis por processar informações.
- Cientistas identificam centro universal da linguagem no cérebro
- "Fascinante"! Estudo descobre como funciona o cérebro de uma pessoa bilíngue
Conforme explicam os cientistas, embora a rede de linguagem cresça e se torne uma das mais fortes do cérebro, as conexões no nascimento são fracas, e à medida que aprendemos a falar, os vínculos se fortalecem entre as regiões do cérebro responsáveis por reconhecer palavras a partir de sons e interpretar o significado das frases.
Os pesquisadores perceberam que Idiomas diferentes podem sobrecarregar alguns tipos de processamento de linguagem mais do que outros. O estudo incluiu 94 participantes, sendo que metade falava alemão e metade falava árabe.
As análises revelaram que as pessoas que tinham alemão como idioma nativo mostraram maior conectividade nas regiões do hemisfério esquerdo envolvidas no processamento da linguagem, em comparação com quem tinha o árabe como língua materna.
Na ocasião, os pesquisadores chegaram à teoria de que, no alemão, o sentido de uma frase é construído menos da ordem das palavras e mais das formas gramaticais das palavras. As regiões cerebrais de processamento sintático estão principalmente nas partes frontais do hemisfério esquerdo, o que justifica maior conectividade no hemisfério esquerdo.
Por sua vez, no árabe, a ordem das palavras da frase permanece mais fixa, e os significados das palavras podem ser mais difíceis de decodificar. Isso resulta em maior conectividade entre os hemisférios esquerdo e direito.
Os cientistas apontam que o idioma nativo pode refletir em vários aspectos, como a memória: alguém que aprendeu a se comunicar em alemão precisou ouvir frases inteiras antes de analisar seu significado, graças ao idioma, e isso tem impacto em sua forma de memorização.
Fonte: NeuroImage via Live Science