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IA treinada com medicina chinesa usa a cor da língua para identificar doenças

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti | 

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No último dia 8, uma reportagem da Scientific American revelou um avanço curioso e promissor no uso da inteligência artificial (IA): um sistema capaz de identificar doenças a partir da cor da língua, com mais de 96% de precisão. Inspirada nos princípios da medicina tradicional chinesa, a tecnologia combina saberes milenares com o poder do aprendizado de máquina para transformar uma prática ancestral em uma ferramenta moderna de diagnóstico e de suporte médico.

Há milhares de anos, praticantes da dessa medicina observam a língua como um espelho da saúde do corpo. A coloração, textura e revestimento da língua são vistos como indicadores do equilíbrio entre sangue e a energia vital. Com base nesse conceito, pesquisadores de universidades como a University of South Australia e a University of Missouri decidiram aplicar modelos de machine learning para traduzir essas observações em dados quantificáveis.

A IA conseguiu associar cores e padrões da língua a condições específicas como diabetes, anemia, asma e até Covid-19, com um índice de acerto superior a 96%.

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Para garantir precisão, os cientistas criaram um ambiente controlado de iluminação com luzes LED padronizadas, evitando distorções de cor causadas por diferentes fontes de luz, um problema comum em análises anteriores.

Mais de 5.000 imagens de línguas foram usadas para treinar o sistema, que aprendeu a identificar sete cores principais (vermelho, amarelo, verde, azul, cinza, branco e rosa) em diferentes níveis de saturação.

O estudo revelou, por exemplo, que uma língua rosada e com fina camada branca indica boa saúde, enquanto uma língua amarelada ou azulada pode sugerir diabetes. Já tons arroxeados podem estar ligados a certos tipos de câncer, e o vermelho intenso pode indicar inflamações ou infecções mais severas, como casos graves de Covid-19.

Potenciais e limites do diagnóstico pela língua

Apesar do sucesso técnico, especialistas alertam que a análise da língua não deve ser vista como um diagnóstico isolado. Dong Xu, pesquisador em bioinformática da Universidade do Missouri, destaca que essa técnica representa apenas um dos elementos da avaliação completa na medicina tradicional chinesa.

O uso clínico em larga escala ainda enfrenta desafios, como a padronização de imagens e a necessidade de bancos de dados médicos extensos para validar os resultados obtidos.

Mesmo assim, o interesse comercial cresce. Uma das equipes envolvidas no estudo já lançou um app que usa IA para oferecer orientações de bem-estar com base em fotos da língua. Embora ainda não seja uma ferramenta médica oficial, o app mostra o potencial dessa fusão entre ciência de dados e medicina ancestral.

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Fonte: Scientific American