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Grupo de meninas do Quênia cria app para combater mutilação genital feminina

Por| 14 de Agosto de 2018 às 17h05

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Um grupo de estudantes do Quênia criou um aplicativo para combater a mutilação genital no país. Cinco meninas que se auto-intitulam “The Restorers” (ou as restauradoras, em tradução livre), desenvolveram um programa chamado i-Cut para alertar e ajudar outras garotas a lidarem com a prática no país e em outras regiões.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente, a mutilação genital feminina (chamada de FGM pela sigla em inglês) é comum em pelo menos 30 países da África, Oriente Médio e Ásia e já afetou cerca de 200 milhões de meninas e mulheres. “Os procedimentos podem causar hemorragias graves, problemas de micção e, posteriormente, cistos, infecções, bem como complicações no parto e aumento do risco de mortes de recém-nascidos”, explica a OMS.

Ao todo, há quatro principais tipos de mutilação genital em mulheres, resumindo-se basicamente ao corte da genital sem nenhum benefício em termos de saúde, como acontece, por exemplo, com a postectomia feita no ato religioso da circuncisão. Na mulher, não há nada que justifique a ação.

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A mutilação pode abranger a porção mais externa do clitóris e dos grandes lábios, até o estreitamento vaginal, com fechamento muitas vezes com pontos cirúrgicos. Não há dados oficiais sobre a quantidade de pessoas que morrem com o procedimento, embora haja numerosos relatos de morte.

Para combater esta prática, as estudantes Stacy Owino, Cynthia Otieno, Purity Achieng, Mascrine Atieno e Ivy Akinyi do Quênia participaram do Technovation Challenge, um desafio de desenvolvimento de apps do Vale do Silício em agosto de 2017. A ideia do evento, patrocinado pela Google, Salesforce e Adobe, é incentivar que garotas entre 10 e 18 anos possam criar aplicativos para solucionar problemas em suas comunidades.

A ideia é que o aplicativo funcione para explicar a meninas que a ação é um crime e como procurar ajuda médica e social, caso corra o risco ou já tenha sido mutilada. “Este é um início de conversa e mostra que todo mundo pode ser envolver na luta contra o FGM”, explica Dorcas Adhiambo Owino quem dá mentoria ao time.

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O grupo ficou em nono lugar entre os projetos do Quenya e agora vão para uma fase final também em agosto deste ano, na Califórnia. Se as meninas ganharem, recebem um aporte de US$ 15 mil para tirar a ideia do papel.

Fonte: Youtube, CNN, OMS