França estende regras de lockdown contra o coronavírus

Todo mundo que está cumprindo as regras de isolamento e distanciamento social por conta do novo coronavírus (SARS-CoV-2) se pergunta: “Até quando vamos ter que permanecer em casa?”. E esse questionamento é ainda mais intenso em países que estão sob regime de lockdown, que é confinamento sob regras rígidas, como acontece atualmente na França. Segundo o presidente do país, Emannuel Macron, a medida será prolongada, pelo menos, até o dia 11 de maio.

“Temos que continuar nossos esforços; quanto mais as regras forem respeitadas, mais vidas serão salvas. É por isso que estou anunciando que o estrito bloqueio continuará até segunda-feira, 11 de maio. Agradeço o esforço que estou lhe pedindo. Há uma nova esperança, mas nada é conquistado no momento... A epidemia não está sob controle”, afirmou nesta segunda-feira (13)

Isso acontece em um momento em que, embora a França tenha alcançado mais de 15 mil mortes devido à COVID-19, os números de pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) têm caído nos últimos seis dias. A baixa mostra que os efeitos do bloqueio nas últimas quatro semanas deu certo, o que levou os franceses a perguntarem se não seria o momento de voltar às ruas.

Momento ainda é delicado

Por mais que o número de pessoas em UTIs tenha caído, ainda continua alto. A França acumula mais de 143 mil infecções, com 6,5 mil casos e 762 mortes nas últimas 24 horas, de acordo com os últimos números do Worldometer. Para explicar que os cuidados devem ser mantidos, Macron admitiu várias vezes que houve falhas no tratamento da pandemia, principalmente com a falta de máscaras e equipamentos, mas prometeu que até 11 de maio haverá testes suficientes para “idosos, trabalhadores da saúde e os mais vulneráveis”, além de protetores faciais para todos.

Macron disse que as próximas semanas também serão usadas para ajudar a organizar a ajuda financeira não apenas para empresas, mas também para as famílias em situação precária. A ideia é que, a partir de 11 de maio, creches, escolas, faculdades e liceus sejam abertos de forma progressiva, de acordo com a prioridade de cada centro. "Muitas crianças estão faltando na escola e há uma desigualdade, pois há quem não tem acesso à Internet e não pode ser ajudado pelos pais”, comentou.

Restaurantes, cafés, hotéis, museus e locais culturais devem permanecer fechados e grandes festivais e eventos só serão permitidos após meados de julho. Macron fez referência à solidariedade da União Europeia e à necessidade de apoiar os países africanos, incluindo a possibilidade de cancelar suas dívidas. “Temos que nos reinventar, eu mesmo, antes de tudo... Somos vulneráveis. Quando podemos esperar o fim disso? Entendo que você tem muitas perguntas e gostaria de responder todas elas. Mas digo com toda humildade, não temos respostas definitivas ainda”, finalizou.

Fonte: The Guardian