Febre oropouche | Brasil é o primeiro país do mundo a registrar mortes
Por Nathan Vieira |
Na última quinta-feira (25), o Ministério da Saúde confirmou duas mortes por febre oropouche no Brasil. Pelo que se sabe até então, são as primeiras mortes no mundo causadas pela doença. No caso, foram duas mulheres da Bahia, com menos de 30 anos de idade.
A Secretaria Estadual de Saúde da Bahia (SES-BA) tinha colocado essas mortes sob suspeita de oropouche, mas agora está confirmado. Uma das vítimas morreu em 27 de março na cidade de Valença, e a outra no dia 10 de maio em Itabuna.
“Os óbitos apresentaram sintomas como: febre, cefaleia, dor retroorbital, mialgia, náuseas, vômitos, diarreia, dores em membros inferiores, astenia. Evoluíram com sinais mais graves como: manchas vermelhas e roxas pelo corpo, sangramento nasal, gengival e vaginal, sonolência e vômito com hipotensão, sangramento grave, apresentando queda abrupta de hemoglobina e plaquetas”, diz a SES-BA em comunicado.
Atualmente, o Ministério da Saúde investiga uma morte em Santa Catarina. Antes, uma morte no Maranhão também estava na mira da Pasta, mas a equipe não identificou a febre oropouche como uma causa.
Além dessa morte em Santa Catarina, os olhares do Ministério da Saúde também estão concentrados em quatro casos de interrupção de gestação e de dois casos de microcefalia em bebês têm relação com a doença em Pernambuco, na Bahia e no Acre.
Casos de oropouche no Brasil
Só neste ano, já foram registrados 7.236 casos de febre do oropouche, em 20 estados — mas principalmente no Amazonas e em Rondônia.
O Ministério da Saúde alerta que o principal público afetado pela doença tem idade entre 20 e 29 anos, mas há também pacientes na faixa dos 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 10 a 19 anos (em uma quantidade menor de casos).
Transmissão da febre oropouche
O Ministério da Saúde define a febre oropouche como uma doença causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes) do gênero Orthobunyavirus.
A transmissão da febre oropouche é feita principalmente por mosquitos (como o famoso e temido Aedes serratus ou o Culex quinquefasciatus). Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias. Assim que pica outra pessoa saudável, o mosquito transmite o vírus.
Recentemente, também foi descoberto que a febre oropouche pode ser transmitida da mãe para o bebê.
Fonte: Agência Brasil, Ministério da Saúde