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Estudo da USP busca prever se paciente com COVID-19 precisará ser hospitalizado

Por| 28 de Outubro de 2020 às 13h50

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fernando zhiminaicela/Pixabay
fernando zhiminaicela/Pixabay

Com a pandemia, inúmeras instituições têm investido suas forças em decifrar a COVID-19 e ajudar da melhor forma possível nessa luta. É o caso da Universidade de São Paulo (USP), cujo mais recente estudo almeja prever, por meio de exame de sangue, se um paciente diagnosticado com COVID-19 corre o risco de desenvolver complicações e precisar ser hospitalizado ou não.

O estudo basicamente analisa o conjunto de proteínas presentes no plasma sanguíneo para descobrir se corresponde a um padrão classificado pelos autores como de alto risco. Os detalhes do trabalho, que contou com apoio da Fapesp, foram divulgados na plataforma medRxiv.

Segundo Giuseppe Palmisano, professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP) e coordenador do projeto, os cientistas identificaram um grupo de moléculas cujo nível está significativamente mais elevado no plasma de pacientes com a forma grave da COVID-19. Ele ressalta que a proposta é que essa análise do plasma seja feita assim que a pessoa tiver o diagnóstico confirmado pelo teste de RT-PCR, e que caso ela apresente o perfil de alto risco, o médico já poderia adotar uma conduta mais direcionada.

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No entanto, na visão do pesquisador, ainda é preciso confirmar o poder prognóstico do método e sua utilidade clínica em estudos com grupos maiores de pacientes do Brasil e do exterior. Para chegar à conclusão, fizeram uma análise com amostras de 117 pacientes com COVID-19 atendidos no Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP, graças a uma colaboração com os médicos Rinaldo Focaccia Siciliano e José Carlos Nicolau.

Além disso, os pesquisadores usaram um espectrômetro de massas para identificar a presença de fungos ou bactérias em amostras de sangue ou de urina, além de determinar as espécies dos microrganismos. O pesquisador responsável explica que se trata de uma tecnologia barata e que já está presente na clínica. Poderia, portanto, ter rápida aplicação no prognóstico da COVID-19, e que com esse equipamento é possível fazer a análise do perfil de proteínas com apenas 1 microlitro de plasma e o resultado sairia em menos de meia hora.

Os responsáveis pelo estudo de concentraram em seis diferentes algoritmos de aprendizagem de máquina, usarando 88 das 117 amostras para treinar o software a identificar quais das proteínas  pertenciam a indivíduos hospitalizados (alto risco) e quais eram de pessoas que apresentavam apenas sintomas leves no momento da coleta (baixo risco). As outras 29 amostras foram usadas em um teste cego para validar o método.

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Eles viram que o perfil de proteínas do plasma era diferente o suficiente para separar os dois grupos de pacientes (hospitalizados e sintomas leves). Os níveis dessas proteínas no plasma de pacientes com alto risco também foram avaliados com outras técnicas, confirmando o resultado obtido.

Fonte: MedXriv via Agência Fapesp