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Estudo associa exposição à luz azul dos gadgets ao aumento do risco de câncer

Por| 10 de Agosto de 2020 às 20h00

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Estudo associa exposição à luz azul dos gadgets ao aumento do risco de câncer
Estudo associa exposição à luz azul dos gadgets ao aumento do risco de câncer

É de conhecimento da maior parte das pessoas que a luz azulada emitida por displays de smartphones, tablets e notebooks causa problemas a nossa saúde, como alterações hormonais, problemas no sono e cansaço nos olhos. Entretanto, uma equipe liderada pelo Instituto de Barcelona para a Saúde Global (ISGlobal) conduziu um estudo que associa a exposição noturna à luz artificial externa ao câncer colorretal — e os resultados mostram que a exposição ao espectro da luz azul pode aumentar o risco da doença.

A luz azul é uma faixa do espectro de luz visível emitida pela maioria dos LEDs brancos e por muitas telas de tablets e telefones. Um estudo anterior da ISGlobal já apontou uma ligação entre a exposição à luz azul à noite e o aumento do risco de câncer de mama e próstata. Dessa vez, os autores analisaram dados obtidos pelo projeto MCC-Espanha em aproximadamente dois mil adultos em Barcelona e Madri, dos quais 660 tinham câncer colorretal e o restante foi selecionado aleatoriamente na população local. Os níveis de luz artificial foram determinados usando imagens da Estação Espacial Internacional (ISS).

O cálculo não levou em consideração comportamentos individuais. A estimativa de exposição pode, portanto, ser interpretada como a quantidade de luz que as pessoas são expostas quando estão fora de suas casas — um padrão comum na Espanha — e dentro delas, antes de fecharem as persianas e irem para a cama.

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Os resultados de ambas as cidades mostraram que os participantes com as exposições mais altas à luz azul tinham um risco 60% maior de desenvolver câncer colorretal do que a população menos exposta. Não foi encontrada associação com luz de espectro total. "A exposição noturna à luz, especialmente a luz de espectro azul, pode diminuir a produção e secreção de melatonina, dependendo da intensidade e comprimento de onda da luz", explica o pesquisador Manolis Kogevinas, envolvido no estudo.

"Existe uma preocupação crescente com os efeitos da luz nos ecossistemas e na saúde humana", comenta Kogevinas. "A pesquisa sobre os efeitos potenciais da exposição à luz ainda está em sua infância, portanto é necessário mais trabalho para fornecer recomendações sólidas e baseadas em evidências para evitar resultados adversos".

Fonte: EurekAlert!