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Engenheiros criam processo de impressão 3D de células de tecido humano

Por| 11 de Outubro de 2018 às 10h29

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Jeffrey Lei
Jeffrey Lei

Corredores, atletas de alto desempenho e até pessoas da terceira idade podem vir, no futuro, a se beneficiar dos resultados produzidos por uma pesquisa de dois anos conduzida pela equipe de engenharia biomédica da Universidade de Utah, que desenvolveu um processo de impressão 3D de células de tecido humano para serem usadas na recomposição de ligamentos danificados ou lesionados.

De acordo com o professor assistente de engenharia biomédica da Universidade de Utah e coautor do estudo, Robby Bowles, uma pessoa com uma lesão séria em algum ligamento, tendão ou mesmo ruptura de disco poderia simplesmente receber um transplante de tecido impresso em 3D: “Isso permitirá que pacientes recebam tecidos transplantados sem a necessidade de cirurgias adicionais e sem precisar buscar tecidos compatíveis em outras fontes, o que em si já traz uma série de problemas”.

O processo levou dois anos para ser desenvolvido e foi publicado em um paper acadêmico intitulado Journal of Tissue Engineering, Part C: Methods (“Jornal da Engenharia de Tecidos, Parte C: Métodos”). Basicamente, ele envolve a coleta de células-tronco de pontos de gordura do próprio paciente, imprimindo-as sobre uma camada de hidrogel para que seja formado um tendão ou ligamento. Posteriormente, cria-se uma cultura in vitro e, somente a partir daí, realizaria-se um transplante.

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Apesar da apresentação resumida, Bowles assegura tratar-se de um processo extremamente complicado, já que esse tipo de tecido conector, normalmente, é feito de diferentes células agregadas em padrões bastante complexos. Células que constituem um tendão ou ligamento, por exemplo, gradualmente evoluem para um quadro ósseo para que o tecido se conecte ao osso.

“Esta é uma técnica de formato bastante controlado, para criar um padrão organizacional de células que era impossível de ser feito com tecnologias anteriores. Isso nos permite posicionar as células de maneira bastante específica, exatamente onde as queremos”, diz Bowles sobre o processo de impressão 3D.

Os métodos atuais de reposição de tecidos envolvem a retirada de células de uma outra parte do corpo do próprio paciente, ou mesmo de cadáveres, mas tais amostras podem ter uma qualidade inferior. Discos espinhais, por outro lado, são estruturas complicadas, com interfaces ósseas que devem ser recriadas antes de um transplante/implante bem-sucedido. Este método de impressão 3D resolve ambos os problemas.

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Para Bowles, que é especializado na pesquisa musculoesqueletal, “isso pode ser usado para literalmente qualquer aplicação de engenharia de tecidos”. Até mesmo órgãos inteiros, ele diz.

Fonte: MedicalXpress