Eficácia da CoronaVac contra a variante Delta será testada pelo Butantan
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 23 de Julho de 2021 às 16h10
Nesta semana, o Instituto Butantan anunciou o início oficial dos estudos que vão analisar se a vacina CoronaVac é efetiva contra a variante Delta (B.1.617.2) do coronavírus SARS-CoV-2 e, se sim, qual é a sua taxa de eficácia. A nova cepa do vírus da COVID-19 foi descoberta na Índia e é considerada a mais infecciosa. Atualmente, a capital de São Paulo registra transmissão comunitária da variante.
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"O Butantan já está trabalhando no isolamento da variante Delta. Esse é o primeiro passo", afirmou Dimas Covas, diretor do Butantan, em coletiva de imprensa na quarta-feira (21). Além disso, Covas explicou que alguns testes in vitro sobre a resposta da CoronaVac à variante Delta já foram realizados, mas ainda não são "conclusivos".
Na coletiva, o Butantan também informou que a variante Gama (P.1) do coronavírus — descoberta pela primeira vez em Manaus — ainda é a predominante no estado de São Paulo. No momento, a variante Gama está presente em 90,74% dos casos da COVID-19 analisados geneticamente, enquanto a variante Delta tem incidência de apenas 0,03%.
CoronaVac é eficaz contra a variante Gama
Sobre a eficácia da CoronaVac contra outras variantes do coronavírus, foi publicado um preprint — estudo não revisado por pares — que avaliou a sua proteção contra a Gama em idosos com mais de 70 anos. No estudo, a eficácia da vacina contra hospitalizações 14 dias após a aplicação da segunda dose foi de 59%, e contra mortes, de 71,4%.
No entanto, o indicador variou com o aumento de idade, ou seja, a proteção é maior para os mais novos que foram imunizados. Por exemplo, entre os indivíduos com idade de 70 a 74 anos, a eficácia foi de 61,8% contra a doença sintomática, de 80,1% contra hospitalizações e de 86% contra mortes.
No total, o grupo de pesquisadores acompanhou 43.774 voluntários com 70 anos ou mais, residentes no estado de São Paulo, que testaram positivo para a COVID-19 e apresentaram sintomas da doença. “Em resumo, ficou evidenciado que um esquema de duas doses de CoronaVac foi eficaz na prevenção de casos sintomáticos da COVID-19 e na prevenção de desfechos clínicos mais graves entre idosos frente à variante Gama”, concluíram os autores no artigo.
O estudo foi desenvolvido por pesquisadores ligados à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, à Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), à Universidade de São Paulo (USP) e às universidades norte-americanas da Flórida e de Yale.
Para acessar o preprint sobre a eficácia da CoronaVac contra a variante Gama, publicado na plataforma MedRxiv, clique aqui.
Fonte: G1 e Instituto Butantan