Doença do olho verde causa dor intensa e vira alerta na Austrália

Nesta semana, viralizou a imagem de uma menina com um olho extremamente verde nas redes sociais brasileiras. O caso chamou a atenção pelo exotismo e possível risco da infecção, mas a condição que afeta a córnea — a camada externa transparente e protetora do olho — é uma doença sazonal, recorrente no leste da Austrália durante o verão, conhecida pelo nome popular de Christmas Eye (olho de Natal).

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Oficialmente nomeada como síndrome de Albury-Wodonga, a doença do olho verde não chega a ser comum em toda a Austrália, já que a incidência está diretamente associada à presença de um besouro nativo, o Orthoperus sp, e atinge mais áreas rurais. É um minúsculo inseto, com aproximadamente meio milímetro de tamanho, que provoca o quadro extremamente dolorido.

Para este ano, as novas notificações para Christmas Eye já começam a reduzir. Isso porque a doença ocular é mais comum entre o final de novembro e o início de março, na temporada de festas de final de ano e do Natal. A seguir, confira imagens da reportagem, do canal 7News Sidney, de onde saiu a foto que ganhou a internet brasileira:

Como um besouro da Austrália causa a doença do olho verde?

Como o besouro é realmente pequeno, a pessoa atingida dificilmente vai saber que o inseto entrou no seu olho, sentindo apenas uma coceira e irritação momentânea — antes do sintomas dolorosos da condição e da mudança de cor do olho. Devido à dificuldade em se descobrir a causa, Christmas Eye foi considerada por muitos anos uma doença misteriosa. Isso mudou, no final de 1970, com os primeiros estudos e relatos de caso sobre a condição.

Geralmente, o contato com o inseto costuma ocorrer quando os pacientes realizam atividades ao ar livre, como em trilhas na natureza ou mesmo ao cuidar do jardim. Em contato com a córnea, ele libera uma substância química dolorosa, a pederina.

Quais os sintomas do "olho de Natal"?

Nos pacientes atingidos pelo besouro, o que ocorre é uma ulceração (lesão) da córnea. Além disso, os especialistas explicam que o olho do paciente desenvolve, de forma gradual, um tom mais esverdeado, bastante característico da doença. Outro fator comum é a dor intensa na região.

“A dor associada à doença Christmas Eye alcançou um status folclórico na região”, explica o optometrista Robert Holloway para o site Good Vision For Life. “As pessoas descrevem a dor como 'tortura' e pode ser comparada com a 'dor do parto'”, detalha o profissional.

Apesar dos sintomas, o quadro é temporário e os pacientes tendem a recuperar o aspecto original do olho em alguns dias. "Podemos usar colírios anti-inflamatórios e, claro, alguns antibióticos apenas para nos proteger contra qualquer infecção", comenta Holloway. Em alguns casos, lentes específicas também podem ser prescritas. "Os níveis de dor diminuem à medida que o epitélio da córnea se recupera", completa.

Fonte: ABC News e Good Vision for Life