Dieta rica em frutas, vegetais e grãos reduz risco de demência em 31%
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |

A alimentação de uma pessoa pode fazer bem ou mal para o cérebro. Isso já está muito claro. No entanto, um novo estudo publicado na JAMA Network Open vai além e mostra que manter uma dieta rica em frutas, vegetais e grãos reduz risco de demência em 31%.
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O estudo ressalta como a chamada "dieta anti-inflamatória" é mais benéfica que uma dieta baseada em alimentos ultraprocessados, como cereais açucarados ou batatas fritas.
Um ponto surpreendente no estudo foi que o benefício foi percebido até mesmo em pacientes diagnosticados com diabetes tipo 2, doenças cardíacas ou mesmo derrame.
Para chegar à descoberta, os pesquisadores analisaram as informações de 84.342 pessoas com mais de 60 anos, disponíveis no banco de dados UK Biobank — mais precisamente, as respostas de um questionário sobre hábitos alimentares e os registros médicos.
Os pesquisadores então acompanharam os 15 anos seguintes em busca de relações entre esses hábitos alimentares e os diagnósticos de demência.
"Descobrimos que, entre pessoas com doenças cardiometabólicas, seguir uma dieta anti-inflamatória em comparação com uma dieta pró-inflamatória foi associado a um menor risco de demência e níveis significativamente menores de marcadores de ressonância magnética de danos cerebrais neurodegenerativos e vasculares", afirma a pesquisa.
A teoria dos pesquisadores é que uma dieta anti-inflamatória pode diminuir a inflamação sistêmica (especialmente entre pessoas com doenças cardiometabólicas), retardando assim o desenvolvimento de demência.
"Os benefícios potenciais de uma dieta anti-inflamatória para a saúde cognitiva e cerebral podem ser mais pronunciados em pessoas com doenças cardiometabólicas. Isso justifica uma investigação mais profunda em estudos futuros", concluem os autores.
Alimentação aumenta ou diminui risco de demência
Determinados alimentos podem impactar o cérebro de forma positiva ou negativa, como estudos vêm destacando. Alimentos processados aumentam risco de declínio cognitivo, por exemplo, como mostra um artigo publicado na revista eClinicalMedicine.
Enquanto isso, a carne vermelha processada pode aumentar o risco de demência, segundo um estudo apresentado em conferência da Alzheimer’s Association International Conference (AAIC). Nesse caso, consumir duas porções de carne vermelha processada por semana eleva o risco de declínio cognitivo em 14%.
Fonte: JAMA Network Open