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Como o sabão mata vírus e bactérias?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 02 de Julho de 2022 às 09h00

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Mblach/Envato Elements
Mblach/Envato Elements

Lavar as mãos com água e sabão é uma forma bem simples e eficaz de eliminar diferentes tipos de germes, como bactérias e vírus. Por isso, esta é uma das principais recomendações para evitar a transmissão da covid-19 e da gripe. No entanto, pouca gente sabe como os agentes infecciosos são mortos — e a resposta está na química.

Para entender, uma molécula de sabão é composta por uma "cabeça" — a parte polar, que se conecta com a água — e a "cauda" — a parte apolar e hidrofóbica. Esta cauda tende a ter afinidade com as gorduras e, por isso, o detergente é usado na hora de lavar louça, por exemplo. A curiosidade é que vírus e bactérias também são protegidos por uma espécie de capa de gordura e, com isso, também são atraídos pela "cauda" do sabão.

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“A cauda entra na membrana lipídica [do germe], e é assim que ele acaba sendo morto”, explica Lee Riley, professor da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, para a Live Science. É como se os agentes infecciosos fossem perfurados pela cauda da molécula do sabão.

Sabão funciona contra todos os germes?

Porém, é importante observar que nem todos os vírus são envoltos por uma membrana lipídica, avisa o professor Riley. A sorte é que o coronavírus SARS-CoV-2, o influenza e os adenovírus, que causam o resfriado comum e a conjuntivite, são.

Outro problema é que alguns patógenos têm paredes celulares muito robustas. Nestes casos específicos, eles podem permanecer ativos, após serem "atacados" pela cauda do sabão. No entanto, existe outro mecanismo para os germes serem eliminados. É a função emulsificante do sabão, ou seja, a mistura entre elementos que "não se gostam".

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Quando a água e o sabão entram em contato com os agentes mais resistentes, a cauda se liga à capa gordurosa e a cabeça se conecta à água. Nesse processo, formam-se as micelas. Estas podem ser traduzidas como gotículas (bolhas ou gaiolas) de gordura aprisionadas por moléculas do sabão. Assim, a pressão e o volume da água os elimina das mãos do indivíduo.

"A lavagem com sabão tem o benefício adicional de remover fisicamente da pele os vírus e as bactérias mais difíceis de se quebrar", reforça a Unesco, em comunicado. "Esfregar vigorosamente todas as partes de suas mãos e de seus pulsos, formando uma espuma espessa, é a chave para 'prender' de uma vez por todas essas partículas invasoras e mandá-las ralo abaixo. Não importa se a água é fria ou quente, desde que esteja com sabão", acrescenta.

Testes medindo a eficácia do sabão

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Publicado na revista científica The International Journal of Environmental Research and Public Health (IJERPH), um estudo demonstrou a eficácia da limpeza das mãos com sabão em reduzir o risco de infecções bacterianas que causam diarreia.

No experimento, os cientistas britânicos da London School of Hygiene & Tropical Medicine recrutaram 20 voluntários e estes foram expostos a bactérias que provocam diarreia. O total de participantes foi dividido em três grupos:

  • Aqueles que não lavariam as mãos;
  • Aqueles que lavariam as mãos apenas com água;
  • Aqueles que lavariam as mãos com água e sabão.

Entre os que não lavavam as mãos, a bactéria estava presente em 44% dos participantes. Naqueles que lavaram as mãos apenas com água, as bactérias estavam presentes em 23% dos voluntários. Agora, no grupo que lavou as mãos da forma completa, as bactérias foram detectadas em apenas 8% das pessoas.

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"A lavagem das mãos com água e sabão não antibacteriano é mais eficaz para a remoção de bactérias de origem fecal do que lavar as mãos apenas com água", concluíram os pesquisadores.

É preciso respeitar a regra dos 20 segundos

Embora o sabão seja altamente eficaz para eliminar vírus e bactérias, é preciso seguir uma regra básica: deixe agir por pelo menos 20 segundos. Isso porque a conexão entre a cauda da molécula e os germes não é imediata. Quando você não espera o intervalo mínimo, o efeito de limpeza também será limitado.

Fonte: IJERPH, Unesco Live Science