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Banheiras de hidromassagem preservam fezes, urina e suor dos usuários

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Biasciolialessandro/Envato
Biasciolialessandro/Envato

Esqueça a ideia de que entrar em uma Jacuzzi com amigos ou numa banheira com o companheiro seja sinônimo de luxo. Na verdade, as pessoas que estão mergulhadas nessa mesma água morna compartilham resíduos de fezes, suor e, eventualmente, urina. Dependendo do lugar frequentado, há risco de infecções, segundo especialista.

"Quando entramos em uma banheira, o que quer que tenhamos na pele, depositamos na água quente que rodopia a nossa volta. Isso inclui cerca de 100 mg de fezes que geralmente estão presentes entre as nádegas [de cada indivíduo]", afirma Primrose Freestone, microbiologista e professora da Universidade de Leicester, no Reino Unido, em artigo para a plataforma The Conversation.

"Quanto mais pessoas no ofurô, maiores os níveis de fezes e suor e urina, se alguém fez xixi na água", acrescenta a pesquisadora. Todo esse material orgânico pode ser usado por bactérias, fungos e vírus e estes, muito provavelmente, serão engolidos pelos usuários.

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Com fezes e urina circulando, entrar numa banheira é seguro?

Realmente, é nojento pensar em mergulhar nas fezes, suor e urina, mas a prática pode ser relativamente segura, especialmente quando a banheira ou ofurô é particular. Para garantir a boa higiene, o recomendado é que as pessoas tomem pelo menos uma ducha antes de entrar e ao sair.

Outro ponto fundamental é manter a limpeza frequente do espaço — aqui, vamos considerar que, após o uso de uma banheira, a água é sempre trocada. De forma geral, a recomendação é que a água do spa seja trocada a cada três meses, o que permite o crescimento de diferentes tipos de patógenos. Neste contexto, é fundamental o uso de microbicidas, como cloro, bromo ou outros desinfetantes para controlar o número de bactérias.

Risco de infecção nos "banhos coletivos"

"Embora banheiras de hidromassagem pessoais possam ser relativamente seguros microbiologicamente, as públicas — de um hotel ou spa — podem ser muito ricas em bactérias causadoras de infecções (germes), principalmente se a água for reutilizada", afirma a professora Freestone.

Neste caso, o principal problema é que as normas de higiene do local podem não ser tão boas quanto as adotadas em casa. "Banheiras públicas, com manutenção inadequada, podem levar a surtos de infecções por bactérias associadas ao homem que sobrevivem bem na água", explica.

É também preciso considerar que pessoas "estranhas" podem levar menos a sério a importância da limpeza, como tomar banho antes de entrar, do que os seus amigos. Isso pode aumentar a quantidade de fezes que os indivíduos são expostos, por exemplo.

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Bactérias podem crescer na água da banheira

A microbiologista explica que, de forma geral, os patógenos presentes nas águas de banheiras de hidromassagem podem causar infecções intestinais, diarreia, septicemia, infecções de pele, infecções do trato urinário e infecções respiratórias. Em alguns casos, as complicações podem ser graves.

A seguir, confira quais são as bactérias mais comuns nessas águas mornas:

  • Escherichia coli;
  • Staphylococcus aureus;
  • Pseudomonas aeruginosa;
  • Legionella pneumophila.
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Aqui, vale destacar que entrar neste tipo de banheira não vai fazer com que ninguém adoeça obrigatoriamente e nem que essas bactérias estão presentes em todas elas. Este é apenas um alerta para o possível caso de exposição, o que, como mencionamos, depende de inúmeras variáveis. Inclusive, outras atividades comuns, como ir para a academia ou não trocar a roupa de cama, também são conhecidas por facilitar a transmissão de inúmeras doenças. Basicamente, o risco não é exclusivo.

Fonte: The Conversation