Alterações em células cerebrais podem levar à doença de Huntington, diz estudo
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 22 de Dezembro de 2022 às 18h15
Segundo um novo estudo publicado na revista Nature Communications, a doença de Huntington, que afeta o funcionamento de aspectos do corpo, como a capacidade do controle da coordenação motora, o controle do humor e do comportamento dos pacientes, acontece devido a déficits de desenvolvimento nas células chamadas oligodendrócitos, causadas por alterações no metabolismo.
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Os cientistas descobriram que esses oligodendrócitos geram um revestimento isolante ao redor dos neurônios, chamado mielina. Essas alterações nos genes que regulam o metabolismo celular prejudicam o desenvolvimento. "A mutação que causa a doença de Huntington leva a déficits de maturação nas células produtoras de mielina", aponta o estudo.
Outra descoberta foi que o tratamento com altas doses de vitaminas chamadas tiamina e biotina pode restaurar a função normal dessas células, o que futuramente pode ajudar no combate à doença, já que os pesquisadores podem desenvolver terapias que usem isso.
“Nossos próximos passos serão rastrear os efeitos do tratamento com tiamina e biotina em camundongos com a doença de Huntington, para que possamos esclarecer ainda mais esses processos moleculares e celulares, avaliar a eficácia dessa abordagem terapêutica e identificar outros alvos que possam beneficiar os pacientes", concluem os autores.
O que é a doença de Huntington?
A doença de Huntington é uma condição em que alguns neurônios degeneram e deixam de funcionar, levando à morte das células nervosas, e costuma ser considerada como algo hereditário. O diagnóstico costuma ser feito por meio de um teste genético que analisa uma amostra de sangue do paciente.
Dentre os principais sintomas de doença de Huntington, destacam-se as alterações no controle dos movimentos e na coordenação motora, movimentos involuntários e rápidos que se assemelham a tiques e podem ser repetitivos, contrações involuntárias dos músculos, dificuldades cognitivas que aumentam ao longo do tempo e mudanças de humor ou comportamento.
Fonte: Nature Communications via Science Daily; NHS