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A cura do AVC? Cientistas criam verme robótico que viaja pelo cérebro

Por| 04 de Setembro de 2019 às 15h14

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MIT
MIT

No último fim de semana, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) divulgou um novo estudo que se destaca por ser, no mínimo, excêntrico. Trata-se de um verme robótico que viaja pelas artérias do cérebro e, por incrível que pareça, é benéfico. Mesmo assim, você tem todo o direito de ficar com medo, porque falando assim, a ideia soa bem macabra.

Acontece, no entanto, que esse verme abriria novas portas para as cirurgias cerebrais, e poderia tratar lesões e ajudar a consertar alguns bloqueios no cérebro que resultariam, eventualmente, em aneurismas e derrames. “O AVC é a causa número cinco de morte e a principal causa de incapacidade nos Estados Unidos. Se o AVC agudo puder ser tratado nos primeiros 90 minutos, as taxas de sobrevivência dos pacientes poderiam aumentar significativamente”, explica o professor de engenharia mecânica do MIT e co-autor do estudo, Xuanhe Zhao. "Se pudéssemos projetar um dispositivo para reverter o bloqueio dos vasos sanguíneos dentro desse tempo, poderíamos potencialmente evitar danos cerebrais permanentes. Essa é a nossa esperança", ele aproveita para acrescentar. 

O verme é feito de um polímero especial que conta com micropartículas ferromagnéticas, e tem menos de 0,6 milímetros de espessura, o que é aproximadamente dez vezes a largura de um fio de cabelo. Os pesquisadores testaram esse verme em cérebros artificiais de silicone, por enquanto. Aí, para garantir que o verme pudesse se movimentar pelas artérias, os pesquisadores desenvolveram uma pele autolubrificante que reduz o atrito.

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"Um dos desafios da cirurgia é ser capaz de navegar através de vasos sanguíneos complicados no cérebro, com um calibre muito pequeno, onde os cateteres comerciais não conseguem alcançar", diz Kyujin Cho, professor de engenharia mecânica da Universidade Nacional de Seul. "Esta pesquisa mostrou potencial para superar esse desafio e permitir procedimentos cirúrgicos no cérebro sem cirurgia aberta", o professor explica.

Como próxima etapa, os pesquisadores planejam testar o verme cerebral em animais, e a equipe já encontrou neurocirurgiões na escola de medicina de Harvard dispostos a realizar esses testes. "Nossa esperança é aproveitar as tecnologias existentes para testar nosso fio robótico em seres vivos na próxima etapa", diz Yoonho Kim, um estudante de graduação do Departamento de Engenharia Mecânica do MIT.

Fonte: MIT News