A cada 4 segundos, um bebê ou jovem morre precocemente no mundo
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 11 de Janeiro de 2023 às 12h30
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que, em 2021, 7,1 milhões de bebês, crianças e jovens de até 24 anos morreram de forma precoce no mundo, segundo relatório divulgado nesta semana. Isso significa que, a cada 4,4 segundos, um indivíduo deste grupo morre, na maioria dos casos, por falta de atendimento médico e de serviços básicos de saúde.
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Os dados sobre a mortalidade de crianças e jovens foram levantados pelo Grupo Interinstitucional das Nações Unidas para Estimativa da Mortalidade Infantil (Unigme) e, embora ainda sejam bastante elevados, os números têm melhorado nos últimos anos.
Segundo o relatório, a taxa global de mortalidade de menores de 5 anos caiu 50% desde o início do século, enquanto o índice de mortalidade em crianças e jovens foi reduzido em 36%. Enquanto isso, a taxa de natimortalidade diminuiu 35%.
No entanto, desde 2010, a velocidade da melhora do cenário está em queda generalizada. Se a situação não for revertida, quase 59 milhões de crianças e jovens morrerão antes de 2030 e outros 16 milhões de bebês serão natimortos, alerta a ONU.
Mortalidade de bebês, crianças e jovens no mundo
Entre as mortes precoces, os mais atingidos são as crianças com menos de 5 anos. Em 2021, o estudo da ONU estimou que pelos menos 5 milhões de crianças morreram antes de completar o quinto aniversário. Para dimensionar o tamanho do problema, isso significa que, a cada 6 segundos, uma criança nessa faixa etária morre no mundo. Inclusive, um caso de diarreia pode ser fatal.
Quando são considerados crianças mais velhas e jovens de até 24 anos, o número de mortes precoces chega a 7,1 milhões — são somados mais 2,1 milhões de óbitos. Além disso, sabe-se que 1,9 milhão de bebês já nasceram mortos (natimortos) no mesmo período.
Impacto do local de nascimento no aumento do risco de morte precoce
Fator determinante no risco de morte precoce é o país de nascimento da criança. Por exemplo, a África Subsaariana concentra apenas 29% dos nascidos vivos no mundo, mas a região foi responsável por 56% de todas as mortes de menores de 5 anos em 2021. Na região, o risco de morte precoce é 15 vezes maior do que o risco para crianças na Europa e na América do Norte.
Entre os países que compõem a África Subsaariana, estão:
- República Democrática do Congo;
- Camarões;
- Nigéria;
- Tanzânia;
- Uganda;
- Serra Leoa.
“É extremamente injusto que as chances de sobrevivência de uma criança possam ser moldadas apenas por seu local de nascimento, e que existam desigualdades tão grandes em seu acesso a serviços de saúde que salvam vidas”, pontua o médico Anshu Banerjee, da OMS, em comunicado.
Fonte: OMS