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Robô vestível ajuda pessoas com paralisia a cantar novamente

Por  • Editado por  Douglas Ciriaco  | 

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Reprodução/SNU
Reprodução/SNU

Pesquisadores da Seoul National University (SNU), na Coreia do Sul, desenvolveram um robô vestível para ajudar pessoas com lesões na medula espinhal a respirar, tossir e até cantar. O dispositivo portátil funciona aplicando pressões controladas na região dos pulmões.

Quando alguém sofre algum dano severo na medula espinhal, a lesão pode enfraquecer os músculos usados para respirar e tossir, causando o aumento de secreções e bactérias nos pulmões que podem elevar o risco infecções e evoluir para casos mais graves de pneumonia.

“Ao expirar, você está basicamente empurrando a barriga e diminuindo o volume dos pulmões, então estamos tentando imitar esse processo natural usando um mecanismo robótico vestível sem ajuda de ventiladores”, explica o professor engenharia Cho Kyu-jin, autor principal do estudo.

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Exo-Abs

O dispositivo robótico usa inteligência artificial (IA) para medir a quantidade certa de pressão que é preciso aplicar na barriga da pessoa para que ela consiga realizar os movimentos respiratórios necessários. Quando as várias bandas que envolvem o torso do usuário são apertadas, elas transmitem pressão ao diafragma, facilitando a respiração, a fala ou atividades de canto.

Ao contrário dos aparelhos convencionais que exigem o uso de uma máscara facial ou ventilador, o Exo-Abs pode ser escondido debaixo da roupa do paciente. As máquinas que fazem com que essas faixas apertem ou relaxem cabem dentro de uma mochila que pode ser pendurada na cadeira de rodas, por exemplo.

“O sistema de IA é alimentado por sensores que incluem um microfone que detecta quando uma pessoa está falando e um tubo elástico amarrado na cintura para monitorar os níveis de respiração. Ele também leva em consideração a aptidão física da pessoa e o formato do corpo”, acrescenta Kyu-jin.

Força para cantar

O ato de cantar exige muito mais esforço e pressão nos pulmões do que conversar calmamente com alguém. Depois que Lee Nam-hyun quebrou o pescoço em um acidente ocorrido em 2004, ele perdeu essa habilidade por conta da falta de estímulos nos músculos centrais do corpo e da capacidade pulmonar limitada.

“Cantar antes e após o acidente eram coisas completamente diferentes. Os tons, os sons, as batidas não podiam mais serem feitos depois que me machuquei. Tudo que saía era um som inaudível, que se parecia mais com um sussurro ou um choramingo do que uma música”, lembra Nam-hyun.

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Lee foi um dos primeiros pacientes a testar o Exo-Abs para aplicar pressão automaticamente em seu abdômen. Combinando o uso do aparelho com sessões de terapia respiratória, ele conseguiu recuperar a memória muscular necessária para voltar a cantar e hoje já nem precisa mais do robô vestível para soltar a voz.

“À medida que essa tecnologia se desenvolve, talvez ela se torne como os carros autônomos, ficando cada vez melhor com o passar do tempo. Assim como acontece com muitos protótipos, espero que este dispositivo também fique mais leve, portátil e com um design mais bonito no futuro”, encerra Lee Nam-hyun.

Fonte: Wired

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