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Robô japonês descasca bananas sem esmagá-las; veja

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 13 de Abril de 2022 às 11h19

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Reprodução/University of Tokyo
Reprodução/University of Tokyo

Engenheiros da Universidade de Tóquio, no Japão, desenvolveram um robô que consegue descascar uma banana sem esmagá-la durante o processo. Eles criaram um sistema de aprendizagem de máquina capaz de imitar os movimentos humanos, utilizando dois braços mecânicos com dedos em formato de pinça.

Para conseguir um resultado satisfatório, os pesquisadores treinaram o robô por mais de 13 horas, com o procedimento de descascar banana sendo repetido por um humano centenas de vezes, até que o bot tivesse dados suficientes para aprender a executar a tarefa de forma eficiente.

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“Descascar uma fruta macia é considerado um desafio, pois é preciso ter um toque sutil e delicado, além de um padrão de destreza para não destruí-la. Além disso, as formas irregulares de uma banana, assim como os diferentes tipos e tamanhos de fruta, podem confundir os algoritmos”, explica o professor de robótica Heecheol Kim, autor principal do projeto.

Nível de habilidade

Durante os testes realizados em laboratório, o robô conseguiu descascar uma banana sem danificá-la em 57% das vezes, em uma ação que levou cerca de três minutos para ser concluída. A tarefa foi dividida em nove etapas, como pegar a banana com uma das mãos, segurar a ponta da fruta com a outra e puxar a casca até que ela fosse totalmente removida.

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Para que os movimentos mais amplos não danifiquem a banana, o modelo de aprendizagem de máquina mapeia a trajetória, imitando o que o ser humano faz de forma instintiva. No entanto, quando é necessário manipular a banana com mais precisão, o sistema alterna para uma abordagem reativa que responde às mudanças inesperadas.

“O que é realmente interessante neste caso é que o processo que um ser humano utiliza de forma natural foi transferido para o treinamento do sistema robótico por meio de uma aprendizagem de imitação profunda, sendo capaz de emular um comportamento até então impossível para uma máquina”, acrescenta o professor Jonathan Aitken, coautor do estudo.

Mais do que bananas

Os pesquisadores não pretendem usar o robô apenas para descascar bananas ou lidar com o manuseio de outros tipos de frutas. A ideia é que ele possa utilizar essa tecnologia para aprender tarefas simples, como lidar com situações cotidianas que exijam habilidades motoras finas.

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Com um sistema mais robusto e e algoritmos personalizados — modelados especificamente para determinadas tarefas — esses robôs poderiam ser usados, por exemplo, em restaurantes ou fábricas de alimentos que são extremamente dependentes da mão de obra humana.

“Nosso sistema ainda requer muitas unidades de processamento gráfico, mas usando essa estrutura de aprendizagem profunda, podemos reduzir a grande quantidade de computação necessária para seu funcionamento. Com um controle motor mais preciso, o robô pode ser ainda melhor”, prevê o professor Kim.

Fonte: Reuters