Engenheiros treinam cães-robô para manipular objetos, escalar e chutar
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela | •

Já não é de hoje que os cães-robô vêm conquistando a atenção da engenheria, e o cenário mais recente foi apresentado no congresso ICRA 2023, em Londres. Basicamente, pesquisadores da Carnegie Mellon University e da University of California passaram a treinar esses quadrúpedes para escalar, chutar e manipular determinados objetos (como apertar botões, por exemplo).
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Treinar um robô para fazer locomoção e manipulação ao mesmo tempo com os mesmos membros não é exatamente uma tarefa fácil, por isso os pesquisadores dividiram o treinamento em manipulação e locomoção, e treinaram cada uma em simulação.
A execução bem-sucedida de uma tarefa combinada de locomoção e manipulação requer uma demonstração especializada de alta qualidade. O robô que protagonizou os estudos foi um Unitree Go1, que se mostrou capaz de se equilibrar contra uma parede para pressionar um botão de acesso para cadeira de rodas com quase um metro de altura.
A ideia por trás desse treinamento é ajudar esses robôs a operar em ambientes otimizados para humanos. Já existem ambientes otimizados para os robôs, como hospitais onde eles são capazes de controlar elevadores diretamente, facilitando sua locomoção.
Mas do ponto de vista da engenharia, faz mais sentido, embora não seja tão simples, apenas desenvolver cães-robô que sejam aptos a apertar botões, entre outras habilidades.
"A locomoção teve um progresso dramático para caminhar ou correr em terrenos desafiadores. No entanto, os quadrúpedes robóticos ainda estão muito atrás de suas contrapartes biológicas, como os cães, que exibem uma variedade de habilidades ágeis e podem usar as pernas além da locomoção para realizar várias tarefas básicas de manipulação, como interagir com objetos e escalar", diz o estudo.
"Para lidar com essa otimização desafiadora, separamos o aprendizado de habilidades amplamente em locomoção, que envolve qualquer coisa que envolva movimento, seja caminhando ou escalando uma parede, e manipulação, que envolve o uso de uma perna para interagir enquanto se equilibra nas outras três. Por fim, combinamos essas habilidades em um plano robusto de longo prazo", concluem os pesquisadores.
Fonte: ICRA via IEEE Spectrum