Mesmo com a pandemia, Microsoft apresenta crescimento puxado pela nuvem
Por Rui Maciel |
A Microsoft divulgou na última quarta-feira (22) seus resultados financeiros referentes ao quarto trimestre do seu ano fiscal (ou segundo trimestre de 2020). E, graças aos seus negócios na nuvem - representados pela divisão Azure - a empresa conseguiu superar as expectativas do mercado.
Em documento, a empresa afirma que a Azure ultrapassou os US$ 50 bilhões em receita anual pela primeira vez este ano, com o faturamento da divisão crescendo 47% em relação ao ano anterior. O lucro diluído no último trimestre da Microsoft chegou a US $ 1,46 por ação, com receita de US$ 38 bilhões, um aumento de 13% em relação ao ano anterior. Os analistas do mercado financeiro esperavam ganhos de US $ 1,37 por ação e receita de US $ 36,5 bilhões.
Para todo o ano fiscal de 2020, a Microsoft reportou um lucro líquido de US$ 44,3 bilhões e um lucro diluído por ação de US$ 5,76. A receita total no ano foi de US$ 143 bilhões, um aumento de 14% em relação ao ano fiscal de 2019.
Demanda alta na nuvem puxa outros segmentos
No quarto trimestre - atingido pela pandemia da COVID-19 - a Microsoft viu o uso e a demanda de seus serviços na nuvem aumentarem, já que muitos de seus clientes se viram obrigados a trabalhar em regime de home office. Com isso, houve um aumento de receita nos segmentos de Produtividade e Processos de Negócios e ainda no segmento de Nuvem Inteligente.
O faturamento na divisão de Produtividade e Processos de Negócios foi de US$ 11,8 bilhões, um aumento de 6% no ano a ano. Nesse segmento, a receita de produtos e serviços em nuvem do Office Commercial, um dos mais lucrativos da Microsoft, aumentou 5%, impulsionada pelo crescimento da receita comercial do Office 365 de 19%. A receita de produtos Office Consumer e serviços em nuvem aumentou 6% e os assinantes Office 365 Consumer aumentaram para 42,7 milhões.
No segmento de Nuvem Inteligente, a companhia registrou receitas de US $ 13,4 bilhões, um aumento de 17% no ano a ano. O faturameto de produtos para servidor e serviços em nuvem também aumentou em 19%, impulsionada pelo crescimento da receita do Azure em 47%. A receita de serviços corporativos permaneceu relativamente inalterada, enquanto o faturamento dos produtos e serviços em nuvem Dynamics aumentou 13%.
Já a receita na área de computação pessoal foi na ordem de US $ 12,9 bilhões, um aumento de 14% em relação ao mesmo período do ano anterior. Nesse segmento, a receita OEM (fabricantes de PCs) do Windows aumentou 7%, bem como a receita de produtos comerciais e serviços em nuvem do Windows, cujos ganhos aumentaram 9%. Nas áreas de entretenimento e hardware, a receita de conteúdo e serviços do Xbox aumentou consideráveis 65% e a receita do Surface foi ampliada em 28%, respectivamente.
Os números negativos da empresa ficaram por conta da receita de publicidade de pesquisa que, excluindo os custos de aquisição de tráfego, diminuiu 18%. Já o faturamento do LinkedIn aumentou 10%, mas a nota negativa nesse último caso foi o anúncio de que a rede social corporativa cortará cerca de 6% do seu quadro de funcionários, devido a uma queda nas contratações causada pelo coronavírus. Com isso, serão demitidas 960 pessoas dos seus times de aquisição e vendas ao redor do mundo.
"Os últimos cinco meses deixaram claro que a intensidade da tecnologia é a chave para a resiliência dos negócios. As organizações que constroem sua própria capacidade digital se recuperam mais rapidamente e emergem dessa crise mais fortes", disse Satya Nadella, CEO da Microsoft, em comunicado ao mercado. "Somos a única empresa com uma pilha de tecnologias modernas e integradas - alimentada por nuvem e Inteligência Artificial e sustentada por segurança e conformidade - para ajudar todas as organizações a transformar e reimaginar como atender às necessidades de seus clientes".
Fonte: Microsoft