BlackBerry dá sinais de melhora com bom desempenho de divisão de softwares
Por Felipe Demartini | 28 de Setembro de 2017 às 11h32
Após anos e anos amargando resultados negativos, parece que os ventos finalmente voltaram a soprar a favor da BlackBerry. Os resultados do segundo trimestre do atual ano fiscal trouxeram um desempenho recorde para a divisão de softwares da companhia, que é, atualmente, seu maior foco no mercado. O bom desempenho levou as ações da canadense a uma alta de quase 10% na abertura das negociações nesta quinta-feira (28).
Os números do período encerrado em 31 de agosto trouxeram desempenho recorde para a divisão de softwares, com 3,3 mil clientes corporativos e um aumento de 10% nesse portfólio. Isso levou as margens a saltarem de 67% para 76% nos últimos três meses, dando origem ao resultado favorável demonstrado pela companhia.
Além da continuidade dos trabalhos com clientes antigos e obtenção de novos, a BlackBerry citou duas conquistas como os principais motores para o resultado. A primeira foi a assinatura de um contrato com a Delphi Automotive para fornecimento de tecnologias relacionadas a carros autônomos, com lançamento previsto para 2019, além da assinatura de um contrato de licenciamento para sua versão customizada do Android.
Esse segundo aspecto é uma das principais plataformas do CEO da companhia, John Chen, para transformar a antiga fabricante em uma companhia focada em software, mas sem perder sua experiência no segmento mobile. O relatório não trouxe mais detalhes sobre o acordo nem a marca com quem o licenciamento foi fechado.
Como resultado de tudo isso, o faturamento da divisão de softwares e serviços teve um crescimento de 26%, com vendas que chegaram a US$ 249 milhões e ultrapassaram as estimativas de investidores e especialistas, que eram de US$ 220,8 milhões. Apesar disso, o total representa uma queda em relação aos US$ 352 milhões registrados no ano passado.
A BlackBerry explica isso de forma simples, dizendo que os tempos, em 2016, eram outros. Lá atrás, a empresa ainda estava focada na fabricação de smartphones e no fornecimento de aparelhos para clientes corporativos, principalmente aqueles do setor governamental. Desde então, houve reestruturação e um novo alinhamento de expectativas e trabalhos. O faturamento menor já era esperado, mas também é citado pela companhia como mais “saudável”.
Outros números são apresentados pela antiga fabricante como prova disso. É o caso, por exemplo, dos ganhos de US$ 19 milhões durante o segundo trimestre do atual ano fiscal, com valorização de US$ 0,04 por ação. É um crescimento orgânico, afirmou Chen, que deve aumentar cada vez mais na medida em que os esforços de reorganização vão surtindo efeitos.
Para o fim do atual ano fiscal, encerrado em março, a expectativa é de um crescimento que vai de 10% a 15%, com um faturamento que varia entre os US$ 920 milhões e US$ 950 milhões. Com os resultados do segundo trimestre, Chen e a diretoria da BlackBerry soam confiantes na obtenção da meta. E o mercado parece concordar com isso.