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Twitter passa a impedir que usuários não compartilhem dados com anunciantes

Por| 09 de Abril de 2020 às 09h09

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9to5google
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Tudo sobre Twitter

Uma decisão potencialmente controversa foi tomada pela gestão do Twitter e envolve os dados de seus usuários: desde ontem (8), o participantes da rede social não têm mais controle sobre quais de seus dados serão compartilhados com parceiros da empresa — uma medida que certas leis, inclusive, condenam.

Anteriormente, o aplicativo do Twitter para smartphones tinha uma opção em seu menu de ajustes que, uma vez acionada, permitia que certas informações do usuário ficassem escondidas de empresas parceiras da rede social de microblogs.

Não mais: agora, o Twitter faz um compartilhamento mais expressivo dos dados do usuário com esses parceiros, que incluem, em sua maioria, anunciantes da rede social. Isso inclui detalhes como quais anúncios você viu no feed, como você interagiu com eles e até mesmo a etiqueta de identificação do seu celular (que diz o nome, modelo e fabricante do aparelho usado, por exemplo).

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O Twitter defendeu a ação, dizendo que ela se fazia necessária para que a rede social continuasse a operar de forma gratuita aos seus usuários. Os dados compartilhados, vale ressaltar, não incluem identificadores pessoais, como a sua handle (a “@” do seu nome de usuário), nome, e-mail ou número de telefone. Todas as informações restantes são coletadas por anunciantes para que estes possam medir com mais precisão os resultados de suas campanhas publicitárias, conforme os hábitos de navegação dos usuários.

Desde ontem, usuários no Brasil e no mundo começaram a receber a seguinte mensagem ao abrir o aplicativo:

O controle que você tem sobre quais informações o Twitter compartilha com seus parceiros de negócios mudou. Especificamente, a sua habilidade de controlar propagandas no aplicativo móvel foi removida, mas você pode determinar se compartilha algumas informações não públicas para aprimorar as atividades de marketing do Twitter em outros sites e aplicações. Essas mudanças, que ajudam o Twitter a continuar a operar como um serviço gratuito, estão previstas em suas configurações.

Exceção à nova regra?

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O continente europeu pode ser um público que venha a “escapar” dessa nova premissa. Em maio de 2018, foi aprovada na União Europeia a “GDPR” (General Data Protection Regulation), uma normativa legal que obriga empresas a compartilharem os dados de seus usuários apenas após o consentimento deles, e somente por escrito e claramente detalhado para que a privacidade do internauta seja preservada a todo custo.

A grosso modo, toda e qualquer informação pertinente ao usuário, seja ela um identificador direto ou não, deve ter a permissão dele por escrito antes de ela ser compartilhada. Isso, em tese, conflita diretamente com a nova ação do Twitter, já que a medida tomada pela rede social remove justamente esse controle de suas mãos.

Mais além, a GDPR também preza pelo chamado “direito de ser esquecido”, que permite que qualquer permissão concedida pelo usuário seja revogada sempre que ele desejar, bem como a eliminação completa de quaisquer rastros de sua presença na plataforma. Em suma, não é apenas “apagar minha conta”, mas se comportar como se ela nunca tivesse existido.

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Em comunicado, o Twitter ressaltou essa percepção, indicando que usuários dentro do eixo europeu ainda contarão com a opção original disponível, em obediência à GDPR.

"Se você estiver localizado na União Europeia, nos países da Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) ou no Reino Unido, a configuração Permitir compartilhamento de informações adicionais com os parceiros de negócios deverá estar habilitada para o Twitter e seus processadores de dados compartilharem as informações pessoais não públicas descritas acima com terceiros que não atuam como processadores de dados", informa a companhia.

Diante desse quadro, há que se pensar como a decisão do Twitter fica em relação ao Brasil: a Lei Geral de Proteção de dados (LGPD), recentemente adiada para 2021, tem forte base na GDPR europeia, e também rege preâmbulos como “permissão prévia do internauta” no compartilhamento de informações. No entanto, usuários brasileiros já não encontram a opção de controle em suas configurações de perfil e o alerta postado mais acima já aparece para os usuários daqui.

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Fonte: 9to5Mac; Twitter