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S3xo e m*rte | Por que as pessoas estão escrevendo em código no Instagram?

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 24 de Junho de 2024 às 06h00

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André Magalhães/Canaltech
André Magalhães/Canaltech
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Você já encontrou publicações no Instagram com termos como “s3xo”, “m*rte” e “m4t4r”? Os códigos parecem confusos, mas se tornaram comuns na rede social da Meta e no TikTok, especialmente entre perfis que movimentam muito engajamento em cada plataforma. A razão para isso é bem simples, na verdade: na maioria dos casos, isso é usado como uma forma de “driblar” os mecanismos de moderação e evitar perder o alcance nos apps.

Por que as pessoas escrevem em código no Instagram?

A moda começou no TikTok e logo depois passou para Instagram e X (antigo Twitter): muitos perfis comentaram na rede que alguns termos seriam “proibidos” pelos algoritmos de moderação e o uso dessas palavras poderia resultar em queda de alcance e engajamento nas plataformas. A lista dos itens incluiria termos de conotação sexual ou apologias a morte e violência, por exemplo. 

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A alternativa encontrada pelos criadores de conteúdo foi substituir alguns caracteres por números e outros símbolos, de forma que a palavra ainda pudesse ser lida, mas supostamente não ser identificada pelo algoritmo: a letra E foi trocada por “3”, O por “0”, e por aí vai. Isso é comum em legendas e até nos textos presentes dentro de fotos ou vídeos. 

Outra prática comum para evitar a moderação é substituir as palavras “proibidas” por outros termos ou emojis que ganham o mesmo significado, prática conhecida como algospeak. Além dos emojis que substituem termos NSFW (inadequados para ambiente público, em tradução livre), é possível encontrar nomenclaturas como “não vivos” para substituir “mortos”.

Escapando do algoritmo

O consenso entre vários vídeos de criadores de conteúdo é de que essas palavras podem derrubar o alcance de uma publicação e, consequentemente, da conta em si. A hipótese é de que os termos considerados nocivos não poderiam ser exibidos para públicos de todas as idades e, caso não exista uma marcação de conteúdo sensível, uma conta seria penalizada. 

Nenhuma das redes sociais confirma a prática em seus respectivos termos de uso, mas muitas contas preferem evitar o risco. Além do alcance, há o receio de sofrer shadowban no Instagram, uma prática na qual a rede limita o engajamento e acesso às ferramentas de um perfil após tentativas de spam ou violações dos termos de uso.

Apesar da luta pelo engajamento, escrever com códigos pode representar um problema de acessibilidade: os softwares de leitura em voz alta normalmente não conseguem interpretar os sinais das palavras, o que pode dificultar o acesso para pessoas com deficiências visuais. 

Procurada pelo Canaltech, a Meta não quis comentar o assunto.