ONG acusa Facebook de permitir anúncios de drogas e álcool para menores
Por Wagner Wakka • Editado por Jones Oliveira |
Um estudo do Tech Transparency Project (TTP), ONG voltada para estudos na internet, descobriu ser possível criar publicidade no Facebook direcionada para menores de idade com assuntos relacionados a álcool, relacionamentos, perda de peso, cigarros entre outros temas nocivos aos mais jovens. Em teoria, isso deveria ser proibido pela própria rede social.
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O grupo criou uma série de seis diferentes campanhas pagas na plataforma, cada uma com meia dúzia de temas distintos. Em comum, todos eles são, em tese, proibidos de serem veiculados para menores de idade. Os temas foram: álcool, perda de peso, pílulas, apostas, site de relacionamentos e tabagismo. O TTP, então, restringiu a faixa etária da campanha para entre 13 e 17 anos, nos Estados Unidos.
“Uma das campanhas aprovadas mais perturbadoras trazia uma imagem de pílulas coloridas com um texto ‘dê uma festa de skittles [um tipo de doce comum nos EUA] como nenhuma outra’. ‘Festa de skittles’ (também chamada de ‘festa da farmácia’) são festas com pílulas nas quais adolescentes são encorajados a pegar remédios dos armários de seus pais, misturar tudo em uma vasilha e tomar tudo para ficar chapado. As pílulas geralmente têm analgésicos com opioides. Esta tendência é perigosa, mas não é nova”, aponta o trabalho.
Na campanha, também era possível restringir interesses de acordo com dados coletados pelo Facebook. Por exemplo, na publicidade direcionada para perda de peso, era possível restringir a exibição para pessoas interessadas em “dietas alimentares” e “perda de peso extrema”. No anúncio, ainda havia uma referência direta para “dicas de ana” (ana é o termo das redes sociais para anorexia).
Segundo os dados do estudo, a maioria das campanhas foi aprovada pelo Facebook em cerca de duas horas. Somente a publicidade sobre “tabagismo” que demorou mais tempo, ainda assim sendo aprovada pela rede social. Em grande parte dos anúncios, era possível alcançar mais de uma centena de milhares de menores de 17 anos.
À Wired, o Facebook disse que não iria comentar o caso até que tivesse acesso ao relatório completo. O documento está aberto no site do TTP.
Fonte: TTP