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Maioria dos americanos ainda não sabe como Facebook lida com seus dados

Por| 17 de Janeiro de 2019 às 09h40

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Quartz
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A maioria dos usuários do Facebook ainda não sabe como seus dados são usados para sistemas de propagandas da rede social. Isso é o que mostra um novo estudo do Pew Research Center, renomado centro de pesquisa em comunicação. Segundo levantamento da instituição, quase três quartos dos entrevistados ainda não sabem bem como a empresa tem noção dos seus gostos para mostrar propagandas tão certeiras.

A pesquisa aponta que 74% das pessoas entrevistadas não sabiam como o Facebook mantinha a lista de interesses deles. Tais pessoas só ficaram sabendo que era possível revisar tais dados enviados à plataforma quando os pesquisadores apontaram o caminho. Outro dado, até contraditório com o apresentado até agora, é de que a 51% das pessoas se mostrou desconfortável com o Facebook coletar informações deles e compilar para uso em propagandas.

Por fim, o estudo também perguntou aos usuários sobre a qualidade das propagandas que são mostradas. Mais de um quarto, 27%, disse que gostaria que a plataforma fosse menos certeira sobre o que apresenta.Os dados foram coletados de entrevistas com 963 norte-americanos entre setembro de outubro do ano passado. Todas pessoas eram maiores de 18 anos, mas não foram divididas por idade.

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Isso mostra que, apesar da preocupação inicial, o caso Cambridge Analytica, que "explodiu" em março do ano passado, e toda repercussão que levou Zuckerberg a falar no Congresso e no Senado, não teve, de fato, um peso sobre o usuário estadunidense. O caso envolveu o uso indevido de dados de 87 milhões de usuários em campanhas políticas como a que elegeu Donald Trump à presidência do país, e a que resultou na saída do Reino Unido da União Europeia.

Sobre isso, o levantamento aponta que mais da metade, 51%, usavam a plataforma como proximidade política. Apenas 21% disse que considera a rede como uma plataforma multicultural. Dentro do grupo da política no Facebook, 73% considerou que organizações políticas são de alguma forma precisas sobre suas informações, sendo que os outros 27% consideraram que não. Já em relação ao grupo que considera a plataforma multicultural, 60% disse ter forte proximidade com comunidades com que se identifica no Facebook, contra 37% que diz não tem laços tão fortes dentro da rede.

“Cerca de 57% daqueles que são designados para essa categoria [multicultural] dizem que de fato se consideram membros do grupo racial ou étnico ao qual o Facebook os atribuiu”, acrescenta o centro. Por fim, os dados mostram que 43% dos entrevistados foram incentivados a buscar interesse em cultura afro-americana, enquanto outros 43% também tiveram o mesmo com cultura hispânica e 10% com asiática. Os números podem não somar 100% pois é possível escolher mais de uma opção.

A pesquisa completa se chama Facebook Algorithms and Personal Data e foi realizada por Paul Hitlin e Lee Rainie e está disponível na íntegra no site do Pew Research Center.

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Fonte: Pew Research Center