Jay Graber | Saiba quem é a CEO da Bluesky
Por André Lourenti Magalhães | •
A estadunidense Jay Graber, de 33 anos, é a atual CEO da rede social Bluesky, plataforma de microblogging que fez sucesso no Brasil após a suspensão do X no Brasil. No caminho até o cargo, Graber atuou em empresas de criptomoedas e começou a trabalhar no projeto da Bluesky quando a ideia ainda estava vinculada ao Twitter.
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Primeiros passos
Jay Graber nasceu em Tulsa, nos EUA, em 1991. A mãe, que nasceu na China, deu à filha o nome de Lantian, que significa “céu azul”, ou “blue sky”, em inglês — curiosamente, Graber afirma que seu nome próprio não tem relação com o da rede.
Estudou na Universidade da Pensilvânia, também nos EUA, na qual concluiu graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade. Depois disso, começou a trabalhar como engenheira de software em 2015, de acordo com informações do próprio perfil no LinkedIn.
A carreira profissional da executiva começou em diferentes empresas que gerenciam criptomoedas, como a Skuchain e a Zcash Company, e entrou no mundo das redes sociais em 2019, ao fundar a plataforma Happening, Inc., com o objetivo de conectar pessoas que se conheceram em eventos.
Como se tornou CEO da Bluesky
O convite para a Bluesky veio em 2021: na época, o projeto ainda era uma startup vinculada ao então Twitter, ainda sob propriedade de Jack Dorsey, com o objetivo de criar um protocolo descentralizado para hospedar a rede e outros aplicativos. Isso significava uma opção na qual os próprios usuários e outros desenvolvedores poderiam usar alguns elementos em comum da plataforma, mas também teriam liberdade para personalizar a experiência.
Graber aceitou o convite do ex-CEO do Twitter, Parag Agrawal, para liderar o projeto e determinou que ele fosse independente da Rede do Passarinho, de acordo com a Forbes. Após a venda da rede em 2022, Elon Musk decidiu cortar relações com o projeto e a Bluesky passou a ser desenvolvida para funcionar como uma rede social autônoma.
Graber detalhou o processo em entrevista ao Canaltech em maio de 2024:
Jack [Dorsey] era o CEO do Twitter em 2019 e disse que queriam criar um projeto para construir um protocolo para rodar a rede nele. Eu assumi o projeto em 2021, nunca trabalhei no Twitter, mas numa companhia separada que trabalhou com a rede para montar esse protocolo. Quando Elon [Musk] comprou, ele cortou relações e nos tornamos independentes.
Naquele momento, criamos o app da Bluesky para mostrar o que é possível com uma rede aberta. Quando você abre a Bluesky, é muito parecido com o Twitter, mas debaixo da superfície a experiência é feita de coisas criadas por diferentes pessoas, comunidades e companhias.
Liderança na rede
Enquanto Elon Musk fazia mudanças controversas no Twitter, incluindo a mudança de nome para X, a Bluesky ganhava forma e chamava a atenção de alguns usuários curiosos. Por muito tempo, a rede social funcionava de forma limitada e novas contas só entravam a partir de convites, até a abertura total da plataforma em fevereiro deste ano.
O cofundador do X e idealizador da Bluesky, Jack Dorsey, deixou a diretoria do projeto três meses depois e alegou que a rede “cometia os mesmos erros do Twitter”, principalmente em relação a aspectos de moderação.
Rede descentralizada e sucesso no Brasil
A Bluesky tem o objetivo de ser uma rede descentralizada, sem vínculo com uma única empresa ou servidor. Nela, a própria comunidade pode desenvolver novos feeds, criar adaptações na interface e até usar diferentes ferramentas para moderar conteúdo.
“Na superfície ele se parece com o Twitter, isso foi uma escolha intencional de design para torná-lo mais fácil de usar. Porém, a partir do momento que as pessoas começam a usar, elas percebem que há muita coisa diferente”, explicou a CEO ao CT. Ela também reforçou a versatilidade de ter uma plataforma descentralizada em comparação com outras redes “tradicionais” no mercado:
Num site normal, você tem um único algoritmo que é feito como uma caixa preta, criado para você descer a tela — você não sabe como é feito nem tem controle sobre ele. E isso é controlado pela empresa, que normalmente quer maximizar engajamento ou renda de anúncios.
O que a Bluesky faz, na verdade, é criar um mercado de feeds e você pode se inscrever naquele que satisfaz seus interesses: se você quer ver fotos de gatos, pode olhar o feed de gatos, ou se você acha que gasta muito tempo nas redes sociais e quer algo mais saudável, pode ver apenas as fotos dos seus amigos. A analogia aqui é que um site normal é como uma TV com um tipo de canal, em contrapartida isso é como ter uma grande variedade de programas favoritos para você se inscrever e, se você não gosta do que vê, pode criar o próprio.
Após a suspensão do X em todo o Brasil, determinada pelo STF no dia 30 de agosto, a Bluesky foi um dos destinos prediletos dos brasileiros: foram mais de 2,6 milhões de contas registradas em apenas uma semana, com 85% vindas do país.
Como forma de recepcionar os novos usuários, a rede e a conta oficial de Jay Graber fizeram publicações em português. “Bem-vindo, faremos o nosso melhor para fazer do Bluesky um bom lugar para você”, disse a líder da Bluesky em um dos posts.
Você também pode conferir uma entrevista do Canaltech com a Diretora de Operações da empresa, Rose Wang, na qual aborda temas como a moderação no app e a chegada de novas funções.
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