Grupo de investidores pressiona Mark Zuckerberg para que ele peça demissão
Por Natalie Rosa | 10 de Abril de 2018 às 12h02
A polêmica com o Facebook e a forma com a qual a rede social trata dos dados de seus usuários não acaba e, agora, alguns investidores parecem querer a cabeça de Mark Zuckerberg.
O grupo de investidores Open MIC afirmou publicamente que o executivo não consegue gerenciar uma empresa tão grande, citando o depoimento que Zuckerberg fará nesta terça-feira (10) ao congresso norte-americano.
"O depoimento preparado por Mark Zuckerberg destaca um simples fato: ele não entende como uma empresa grande, global e pública é comandada. Ele atualmente tem dois trabalhos no Facebook — CEO e chairman do conselho. É hora de ele desistir de ao menos um, senão os dois", pede Michael Connor, CEO da Open MIC, completando ainda que se ele não pedir demissão, deve ser afastado.
A Open MIC não detém nenhuma ação do Facebook, mas conta com histórico de coordenação de investidores para que exijam comportamentos responsáveis por parte da rede social. No início de 2018, o grupo foi responsável por comandar solicitações de um relatório de acionistas sobre interferências eleitorais e outros desafios enfrentados pelo Facebook.
Pressão
O grupo Open MIC não é o único a pressionar Zuckerberg. Recentemente, Scott Stringer, controlador da cidade de Nova York, pediu mudanças no conselho do Facebook em benefício do fundo de pensão municipal da cidade. Segundo Stringer, o comportamento da empresa é irresponsável, o que causou queda em suas ações.
"Acreditamos que é preciso ter mais supervisão do conselho. Acreditamos que é preciso um chairman independente no conselho", desabafa Stringer. As ações do Facebook caíram quase 15% após a polêmica da Cambridge Analytica vir à tona no mês passado.
Zuckerberg detém 16% das ações da companhia, mas conta com 60% dos direitos de voto, sendo praticamente impossível que os investidores o façam sair do cargo.
Escândalo
Os problemas com a reputação do Facebook aconteceram no mês passado, quando chegou à mídia a informação de que a campanha que elegeu Donald Trump como presidente dos Estados Unidos utilizou, sem autorização, dados de 50 milhões de usuários. Posteriormente, a própria rede social veio a público confirmar que o número de usuários afetados era ainda maior: 87 milhões.
Apesar de o foco ter sido eleitores norte-americanos, é possível conferir se sua conta foi afetada através da página de ajuda do Facebook.
Fonte: The Verge