FBI busca forma de monitorar todas as interações de redes sociais em tempo real
Por Rafael Rodrigues da Silva | 08 de Agosto de 2019 às 18h00
De acordo com com uma reportagem publicada nesta quinta (8) pelo The Wall Street Journal, o FBI tem procurado diversas empresas de análises de redes sociais para coletar e repassar aos agentes em tempo real enormes quantidades de dados de usuários de todo o mundo no Twitter, Facebook e Instagram.
De acordo com o órgão do governo americano, o acesso em tempo real a todas as mensagens que estão sendo publicadas nas redes sociais poderia ajudar o bureau de investigação a se preparar melhor contra ataques terroristas e ameaças domésticas de grupos extremistas, que têm se tornado cada vez mais comuns.
De acordo com as revelações feitas para o The Wall Street Journal, o FBI começou a procurar por empresas de monitoramento e provedores de internet no começo de julho, e o departamento de segurança pedia não apenas que esses o avissassem de qualquer incitação à violência que poderia estar acontecendo nas redes, mas também que fossem capazes de fornecer-lhes dados como número de identidade, telefone para contato e endereço IP dessas pessoas.
Mas ainda que o objetivo seja evitar outros atentados - como os que ocorreram no último final de semana nas cidades de El Paso e Dayton - a medida de se vasculhar todas as interações feitas pelas redes sociais em todo o mundo vai de encontro às atuais discussões sobre privacidade do Congresso dos Estados Unidos, que tentam dar um basta ao compartilhamento de dados pessoais dos internautas sem o consentimento explícito deles.
Essa também não é a primeira vez que o FBI tenta conseguir acesso a informações de usuários de redes sociais. Em 2016 a agência contratou a empresa de análise de redes sociais Dataminr, que consegue vasculhar todo o feed do Twitter por temas de interesse da agência, praticamente em tempo real, utilizando-se de filtros customizáveis. O “problema” é que a Dataminr só vasculha por postagens públicas, e o FBI parece estar interessado em alguém que conseguisse vasculhar para ele até mesmo postagens privadas - que, até agora, só podem ser acessadas com autorização judicial.
O FBI não quis tecer comentários sobre o caso, falando que se trata de uma investigação interna. Já o Twitter e o Facebook também não quiseram tecer comentários sobre a iniciativa da agência de segurança dos Estados Unidos, e a empresa de Zuckerberg apenas citou que suas políticas de privacidade proíbem qualquer empresa de fornecer dados de seus usuários para fins de monitoramento.
Fonte: The Wall Street Journal