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Facebook vai usar mapas demográficos e de movimento para combater doenças

Por| 20 de Maio de 2019 às 15h09

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Facebook vai usar mapas demográficos e de movimento para combater doenças
Facebook vai usar mapas demográficos e de movimento para combater doenças
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Depois de criar a empresa de pagamentos Libra Networks, o Facebook decidiu investir em outra frente: a de combate a doenças. A plataforma anunciou nesta segunda-feira (20) que está firmando parcerias com organizações humanitárias para desenvolver mapas de tempo real usando imagens de satélite, visão computacional, dados do censo e dados da própria rede social.

Com os mapas, o Facebook conseguirá saber exatamente como as pessoas estão distribuídas. A informação servirá para que a plataforma possa decidir onde investir recursos do seu programa de conectividade – além de levar internet para mais pessoas, a empresa quer mais usuários usando seus serviços. Na outra ponta, o Facebook compartilhará os dados de saúde com as organizações de todo o mundo.

"Depois de trabalhar com grupos como a Cruz Vermelha Americana e seu projeto Missing Maps, percebemos que esses mapas também poderiam ter aplicações profundas em saúde pública", observaram Laura McGorman e Alex Pompe, que trabalham no programa Data for Good do Facebook. "Ao planejar campanhas de saúde pública ou responder a surtos de doenças, as organizações precisam de informações sobre onde os beneficiários pretendem viver, bem como insights em tempo real. No entanto, em grande parte do mundo, as informações são escassas e estão frequentemente desatualizadas".

Não é a primeira vez que o Facebook trabalha com o mapeamento populacional. Em 2016 , a empresa anunciou que estava aplicando sua visão computacional à imagens de satélite para identificar estruturas construídas pelo homem. Com os dados, seria possível revelar exatamente onde as pessoas vivem em cerca de 20 países.

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No mês passado, o Facebook chegou a expandir o programa global, incluindo imagens em versões mais precisas. Os resultados obtidos são combinados com contagens de censos existentes para criar um conjunto de dados populacionais com uma resolução de cerca de 5 metros.

Usando mapas contra doenças

Neste novo projeto, o Facebook desenvolverá três tipos de mapas. Eles serão projetados para ajudar universidades e organizações sem fins lucrativos a antecipar a disseminação de doenças e a se comunicar com países que estão sob maior risco.

Agora, além de criar mapas de densidade populacional para estimar quantas pessoas vivem em uma área, a empresa vai dividir esses números em dados demográficos, como quantas crianças menores de cinco anos ou mulheres "em idade reprodutiva" têm na vizinhança. Este será o primeiro modelo de mapa.

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Com dados mais detalhados, organizações poderão decidir onde implantar certos tipos de medicamentos ou profissionais de saúde. De acordo com o Facebook, todas as informações serão obtidas por meio da geração de imagens de visão computacional, imagens de satélite e números do censo.

"Combinando esses conjuntos de dados disponíveis publicamente e comercialmente com os recursos de inteligência artificial do Facebook, criaremos mapas populacionais que são três vezes mais detalhados do que qualquer outra fonte", explicou a empresa em comunicado.

Como a rede social mais popular do mundo, o Facebook tem uma riqueza de dados sobre padrões de mobilidade, que podem ser usados para realizar previsões sobre onde é mais provável que apareçam epidemias. A partir daí, organizações de saúde também podem combinar dados de movimentos populacionais com dados de doenças no terreno para descobrir onde, por exemplo, as vacinas contra a gripe devem ser armazenadas.

"Esse tipo de dados pode ser integrado em nossos modelos epidemiológicos para nos ajudar a estimar a rapidez com que uma doença pode se espalhar e onde colocar recursos para contê-la", disse a professora associada de epidemiologia na Harvard TH Chan School of Public Health, Caroline Buckee.

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O terceiro modelo de mapa que está sendo introduzido vai permitir que organizações levem mensagens relacionadas à saúde para as populações. Funciona assim: o Facebook informa quantas pessoas têm acesso a uma rede celular no local (a partir de mapas de tempo real) e repassa os dados para as organizações.

Em áreas com cobertura de rede de baixa densidade, as autoridades de saúde podem decidir por disponibilizar mais recursos para visitas domiciliares, por exemplo, enquanto áreas com boa cobertura de rede podem confiar na distribuição de mensagens.

"Isso permite que as equipes de saúde pública priorizem onde outras formas de comunicação são necessárias, atingindo o número máximo de pessoas com o menor custo possível", ressaltou o Facebook.

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É possível ver os mapas de densidade do Facebook pela página do Humanitarian Data Exchange, mas as informações de movimento e cobertura de rede só podem ser acessadas com autorização do Facebook.

Até o momento, o Facebook fez parceria com mais de uma dúzia de organizações que alavancarão esses mapas, incluindo a Escola de Saúde Pública de Harvard, a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, o Atlas do Malária, o Instituto Sabin Vacina, UNICEF, Wadhwani AI, Banco Mundial e o Fórum Econômico Mundial.

Fonte: VentureBeat