Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Facebook: posts feitos por políticos não precisam seguir as regras de conteúdo

Por| 25 de Setembro de 2019 às 13h50

Link copiado!

Facebook: posts feitos por políticos não precisam seguir as regras de conteúdo
Facebook: posts feitos por políticos não precisam seguir as regras de conteúdo
Tudo sobre Facebook

Segundo um post publicado na página de notícias corporativas do Facebook, conteúdos que tenham como autoria figuras políticas (candidatos ou eleitos) não necessariamente passarão pelo mesmo crivo que regem as normas de conduta previstas nos termos de uso da rede social. A grosso modo, a empresa está admitindo que há uma tratativa diferenciada na condução da moderação de conteúdo, dependendo de onde ela vier.

O post foi assinado pelo vice-presidente de assuntos globalizados e comunicações do Facebook, Nick Clegg, que afirmou: “Nós temos uma responsabilidade de proteger a plataforma de interferências externas, e nos certificarmos de que quando as pessoas nos pagam para rodar publicidades políticas, nós façamos isso da forma mais transparente possível. Mas não é o nosso papel o de intervir quando políticos falam. É por isso que quero ser bastante claro aqui – nós não enviamos discursos de políticos para os nossos verificadores independentes de fatos, e geralmente os permitimos rodar em nossa plataforma, mesmo que eles estejam em discordância de nossas regras comuns de conteúdo”.

O executivo concedeu, porém, que há exceções ao caso: “Falando abertamente, essas exceções servem em dois exemplos: quando o discurso coloca pessoas em perigo; e quando nós recebemos dinheiro por ele, por isso é que temos regras mais exigentes na área de publicidade e anúncios do que na área de discurso e retórica comum”.

Continua após a publicidade

Pela publicação, o Facebook assume que não tratará da remoção de conteúdo, ainda que ele seja ofensivo ou baseado em informações desmentidas/mentirosas. Por exemplo: um vídeo relatando uma situação advinda de fake news pode ser removido caso ele tenha sido produzido e publicado por um usuário comum da plataforma; entretanto, a mesma situação não se aplica a figuras políticas.

O Facebook vai, porém, tomar medidas para que, em casos de comprovada desinformação, a disseminação massiva do material seja devidamente contida. Em outras palavras, a rede social de Mark Zuckerberg usará ferramentas que impeçam a viralização de informações falsas.

O Facebook usará agências e organizações terceirizadas para a execução do chamado fact checking, ou seja, o aferimento à veracidade de uma informação compartilhada na plataforma social. Entretanto, pelas regras de publicação de conteúdo, um post no Facebook não é elegível a ser encaminhado a tais organizações caso ele “contenha uma afirmação que não seja verificável ou que fosse real à hora de sua redação, ou que venha de um website ou página com o propósito primário de expressar a opinião ou agenda de uma figura política”. A rede também evita moderar posts que contenham assuntos potencialmente noticiosos.

O problema: o Facebook enxerga todo e qualquer post político como “noticioso”. Em outras palavras, ainda que um post tenha motivações ou base em fake news, por exemplo, seu potencial de repercussão na mídia impedirá a sua remoção, caso ele venha de uma organização ou figura política.

Continua após a publicidade

Tentando justificar a medida, Clegg disse: “Eu sei que algumas pessoas dirão que nós deveríamos ir mais longe. Que nós estamos errados em permitir que políticos utilizem a nossa plataforma para dizer coisas horríveis ou fazer falsas afirmações. Mas tentem imaginar o inverso: seria aceitável para a sociedade ver uma empresa privada tornar-se uma juíza autoproclamada para tudo o que os políticos dizem? Eu acredito que não. Em democracias abertas, o público que vota corretamente acredita que, como uma regra geral, eles é quem deveria ser capazes de julgar o que os políticos dizem”.

Uma abordagem similar é adotada pelo Twitter, ainda que essa rede social tenha um pouco mais de controle: embora a empresa também considere noticioso qualquer conteúdo que venha de políticos (e, por isso, não os remove), ela incorpora nos posts mais nocivos um selo de violação de termos de serviço. Ao mesmo tempo, ela estabelece um limite em relação aos perfis aplicáveis a essa regra: a pessoa deve ter um selo de verificação em sua conta e obrigatoriamente ter mais que 100 mil seguidores.

Fonte: Facebook, Elections and Political Speech (blog)