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Facebook enfrenta investigações na Europa sobre a maneira como trata moderadores

Por| Editado por Claudio Yuge | 12 de Maio de 2021 às 21h20

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Anthony Quintano / Wikimedia / CC
Anthony Quintano / Wikimedia / CC
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O Facebook está sendo investigado por autoridades europeias após o surgimento de novos relatos de condições degradantes de trabalho em meio à sua equipe de moderação. Segundo empregados terceirizados relataram ao Parlamento Irlandês, a empresa falha em oferecer acesso a recursos que permitam lidar com as mensagens ofensivas e conteúdos traumáticos aos quais os funcionários são expostos.

Isabella Plunkett, que trabalha para a Covalen — companhia que oferece serviços de moderação para a plataforma —, afirma que sua contratante não oferece acesso adequado a recursos de tratamento mental. Ela explica que a empresa oferece uma hora de “tempo de bem-estar” a cada semana, mas as pessoas responsáveis por isso não são profissionais de saúde qualificados.

Plunkett complementa dizendo que a Covalen falha em dar o suporte adequado a seus funcionários, que muitas vezes são aconselhados a fazer atividades como pintar ou frequentar karaokês como forma de lidar com os conteúdos traumáticos a que são expostos. “Ninguém pode ficar bem após assistir a violência gráfica durante 7 a 8 horas diárias”, afirmou ela em seu depoimento.

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Facebook se posiciona

Em um comunicado, o Facebook afirmou que está comprometido a trabalhar com seus parceiros para oferecer o suporte necessário à sua equipe de moderação. O porta-voz da empresa também afirmou que todos os funcionários da área recebem treinamento adequado e possuem acesso ao suporte psicológico necessário para manter seu bem-estar.

No caso da Irlanda, a rede social diz oferecer um serviço de saúde 24 horas que atua sete dias por semana, bem como soluções técnicas que limitam o máximo possível a exposição a materiais considerados sensíveis. Essa não é a primeira vez que a empresa sofre investigações resultantes da maneira como trata seus moderadores: em 2020 ela foi condenada a pagar US$ 52 milhões a moderadores norte-americanos que desenvolveram sintomas de stress pós-traumático durante o período de trabalho.

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Em seu depoimento, Plunkett afirmou que temia falar publicamente sobre a situação, visto que todos os moderadores são forçados a assinar documentos de confidencialidade quando são contratados — aos quais não têm acesso posterior. A Covalen negou a informação, afirmou que tem políticas internas que encorajam seus funcionários a expressar críticas e descontentamentos e disse que seus técnicos para o “tempo de bem-estar” são altamente qualificados.

A Foxglove, grupo de defensoria sem fins lucrativos que atua no caso, afirma que, embora dependa dos moderadores para funcionar, o Facebook os trata como “cidadãos de segunda classe”. Entre as exigências do grupo está a regulamentação da rede social por parte do governo irlandês, bem como a obrigação de que a equipe de moderação deixe de ser terceirizada e passe a funcionar internamente. Além disso, ele sugere que moderadores possam optar por não lidar com conteúdos sensíveis, sejam submetidos a avaliações de grupos independentes e tenham acesso a apoio psicológico efetivo.

Fonte: Gizmodo, Engadget