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Facebook bane desenvolvedor de ferramenta que "apagava" o Feed de Notícias

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 08 de Outubro de 2021 às 16h45

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(Imagem: Reprodução/Timothy Hales Bennett/Unsplash)
(Imagem: Reprodução/Timothy Hales Bennett/Unsplash)
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Um desenvolvedor que criou uma extensão para navegador que deixava de seguir amigos e grupos automaticamente no Facebook foi banido permanentemente da rede social. O Unfollow Everything permitia que o usuário deixasse de seguir todas as conexões de uma só vez, além de parar de receber notificações de grupos e páginas. Ter esse tipo de atitude não é proibida pelo Facebook, mas deve ser feito manualmente, sem auxílio de programas de terceiros.

Após usar o app, o usuário ficava com o Feed de Notícias completamente limpo, sem atualizações de pessoas, grupos ou páginas, e com a possibilidade de manter amizades ou permanecer nas comunidades. Segundo Louis Barclay, o criador da ferramenta, a ideia é tirar toda a poluição visual para oferecer ao usuário total controle sobre o que ele deseja ver.

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"Eu não estava mais tentado a rolar para baixo um feed infinito de conteúdo. O tempo que passei no Facebook diminuiu drasticamente. Da noite para o dia, meu vício no Facebook se tornou administrável", disse o desenvolvedor em um artigo recente para o Slate. Ele também acusou a empresa de tomar medidas anticompetitivas e contra o consumidor, por não oferecer liberdade a estes.

O Facebook havia enviado uma carta a Barclay, no início do ano, na qual pedia para desistir do projeto porque ele teria violado os termos de serviço do site ao criar um software que automatiza interações do usuário. Ao se negar, teve todas as contas do Facebook e Instagram permanentemente desativadas, além de exigir que ele concordasse em nunca mais criar ferramentas que interagissem com os sites e serviços da companhia.

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O desenvolvedor afirma que sua solução era utilizada por pesquisadores da Universidade de Neuchâtel, na Suíça, em um estudo para avaliar os efeitos do Feed de Notícias na felicidade das pessoas. Como ele não teria condições de enfrentar uma empresa poderosa como o Facebook nos tribunais, simplesmente deixou de lado o projeto e removeu a ferramenta.

Facebook envolvido em polêmicas sucessivas

Nesta semana, uma ex-funcionária do Facebook declarou que a rede social coloca lucros em primeiro lugar, mesmo que isso custe o bem-estar dos usuários. Ela teria apresentado documentos internos e relatos sobre como a rede social priorizou o algoritmo para gerar engajamento, mesmo sabendo que isso incentivaria a propagação de discursos de ódio e violência.

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Há não muito tempo, a rede também foi alvo de matérias do The Wall Street Journal que revelavam pesquisas impactantes acerca dos efeitos negativos do Instagram em adolescentes. Neste caso, a rede teria sido supostamente omissa por conhecer os problemas e não ter tomado medidas mais concretas para evitá-los.

No caso de Barclay, o banimento não chega a ser uma surpresa, já que os termos de serviço do Facebook são bastante claros quanto ao uso de ferramentas de automatização de ações. A dúvida que fica é: porque a própria plataforma não oferece um recurso similar, se há usuários interessados? É bem pouco provável uma implantação similar porque impactaria nas receitas do Facebook e dos anunciantes, além de afetar a "movimentação" e o engajamento da rede.

Fonte: The Verge, Slate