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EXCLUSIVO | Koo pode mudar de nome e está prestes a chegar a 3 mi de brasileiros

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 01 de Dezembro de 2022 às 08h15

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Montagem: André Magalhães/Canaltech. Imagem:Reprodução/Koo
Montagem: André Magalhães/Canaltech. Imagem:Reprodução/Koo

A rede social Koo segue ganhando usuários e está muito próxima de alcançar a incrível marca de 3 milhões de brasileiros. Em entrevista exclusiva para o Canaltech, o cofudador Mayank Bidawatka disse que a rede social planeja fazer algumas mudanças para se manter relevante, aproveitando o bom momento.

Uma das principais inovações é o lançamento de uma ferramenta de autoverificação, em um modelo exclusivamente construído para o mercado do Brasil. O Koo tem uma plataforma similar na Índia, mas lá ela está relacionada a uma exigência do governo indiano, usando o documento de identificação do país asiático (equivalente ao RG).

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Koo vai mudar de nome?

Bidawatka disse não se importar com as brincadeiras com o nome sugestivo da rede social, principalmente porque ele sabe que os brasileiros são divertidos. Apesar disso, planejam a troca no nome do app por aqui para evitar situações desconfortáveis.

"Há uma série de personalidades, de pessoas ligadas ao governo, pessoas públicas, políticos, jornalistas que também querem participar dessa rede social e que também ficam um pouco preocupadas em mencionar esse nome em voz alta na televisão, em programa de rádio, em entrevistas", explica.

Audiência brasileira em alta

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O aplicativo alcançou a marca de dois milhões de brasileiros apenas cinco dias após o lançamento, mas já está próximo a três milhões. Embora a maior audiência ainda seja na Índia, o cofundador do app vê um potencial de crescimento muito grande por aqui. "O nosso principal mercado internacional é o Brasil. Estamos, agora, no caminho de lançar mundialmente [o app], incluindo mais países", explica o executivo.

Sobre uma possível queda no interesse, o fundador do Koo nega baseado em dados do Google Trends. Ele cita ainda como exemplo um conjunto de criadores digitais, como Pablo Vilaça e Felipe Neto, que seguem tendo muito sucesso por lá, com engajamento maior e elevada quantidade diária de novos seguidores. "Tem vários que conseguiram mais seguidores aqui do que no Twitter", ressalta.

Em meio a tanta receptividade, um fato negativo chamou a atenção: a suposta acusação do Koo ser relacionado à extrema-direita. Na época da popularização, muita gente disse que o serviço estava lotado de conservadores que teriam fugido após uma confusão envolvendo o Twitter e o governo indiano.

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Isso teria ocorrido, segundo Bidawatka, porque muitos políticos de direita foram para o Koo como forma de protesto ao descumprimento legal feito pelo Passarinho Azul. Hoje, explica o executivo, a situação teria mudado. "Nós temos vinte partidos políticos da oposição usando nosso aplicativo", comenta. Em razão disso, o cofundador acredita que não se deveria taxar para sempre a rede social por esse fator inicial.

Moderação de conteúdo no Koo

Outro ponto polêmico tratado na conversa foi sobre as diretrizes da comunidade, o documento que determina o que o usuário pode ou não fazer na rede social. O Koo foi acusado diversas vezes de não exercer um trabalho para punir quem produz conteúdos homofóbicos, racistas e fake news.

Ao responder ao questionamento, Mayank Bidawatka foi categórico sobre o seu posicionamento contrário a discursos de ódio, notícias falsas e bullying. O cofundador disse ser contra à "liberdade de expressão total", pois acredita ser necessário ter "responsabilidade com a verdade" e com o próximo.

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"Como uma plataforma, você precisa criar um balanço entre liberdade de expressão e ser tolerante com qualquer uma dessas coisas. Nós respeitamos a liberdade de expressão, esta é a primeira coisa que eu sempre falo. Se você tiver uma opinião, eu estou ok com isso, desde que seja confiável, desde que seja verdadeira".

O cofundador não explicou, contudo, como pretende lidar com o aumento desse tipo de prática na plataforma. Já houve relatos de pessoas compartilhando imagens de pornografia infantil e outras práticas condenáveis por lá, conteúdos removidos assim que detectados, mas que puderam ser vistos por muita gente antes de alguma ação efetiva.

Robôs x contas verdadeiras

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Um dos problemas mais recentes enfrentados pelo Koo está ligado à proliferação de robôs, assim como já ocorre com o Twitter e com o Instagram. A plataforma tem ferramentas para ajudar a entender se um perfil é real ou não, bloqueando todos os que são identificados como fakes.

Além do algoritmo de detecção, a mídia social conta com o One Time Password (OTP), que supostamente impossibilitaria o uso de robôs. "Nós permitimos que login com números de telefone, com endereço de e-mail. Então, temos alguns passos para garantir que a pessoa que entra na forma de fato é uma pessoa real. Assim que nós identificamos [um robô], nós derrubamos", ressalta o executivo.

Para fechar o cerco, Bidawatka diz que implementará um processo de autoverificação que vai permitir ao usuário provar ser humano. "É um método muito simples e elegante, no qual, em 30 segundos, a pessoa pode ganhar um selo verde em seu perfil provando que ela é uma pessoa de verdade".

Como funcionará a autoverificação?

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Neste ponto, é importante ressaltar a diferença deste recurso com a proposta de verificação por notoriedade. O selinho verde não foi feito para dizer que você é quem diz ser, mas sim para provar ser humano e não uma conta robô. O selo laranja continuará a ser concedido para empresas, personalidades e jornalistas, diferenciando perfis confiáveis dos fakes, enquanto o verde mostrará somente que do outro lado existe uma pessoa, não um robô.

Não será necessário apresentar nenhum documento de identidade nem nada que mostre quem a pessoa é na vida real. Serão considerados entre 20 e 25 sinais para diferenciais robôs de humanos, como o dispositivo usado para acesso, sistema de captcha e outros aspectos que devem levar "só 30 segundos".

"Ter uma garantia de anonimato é algo importante para internet, as pessoas precisam do anonimato para garantir a segurança. Nós não queremos tirar isso das pessoas. O que nós queremos garantir é que você é uma pessoa real. Isso vai permitir que as pessoas se preocupem apenas com quem não tem esse selo verde", explica.

E complementa: "eu não acredito que você precisa cobrar alguns dólares da pessoa para isso. Sabe? Simples assim". Bidawatka riu quando disse isso, em uma clara referência ao rival Twitter e a ideia de Elon Musk de cobrar US$ 8 para verificação.

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O que fazer se alguém estiver se passando de maneira não autorizada por outra pessoa? "Se uma pessoa está usando as suas informações de forma errada no perfil dela, tudo que você precisa fazer é nos avisar e perfis como esses vão ser escondidos da busca", ressalta o executivo.

Como o Koo ganha dinheiro?

Com esse aumento repentino de usuários vindo do Brasil, é necessário haver investimento em mais profissionais e novos servidores. O CT perguntou a Mayank Bidawatka de onde está vindo o dinheiro que paga pela rede social, já que não existe ainda um sistema de anúncios pagos nem outra forma de arrecadação no Brasil.

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O cofundador disse que tem apenas 200 funcionários e que trabalham com os recursos que já possuem, de rodadas de investimento anteriores. "Atualmente, nós estamos apenas concentrando em conseguir mais, ser mais relevantes, e garantir todos os recursos para que os usuários tenham a rede social boa para usar. Vamos começar a monetizar quando atingimos uma escala específica", explica. Uma coisa Bidawatka promete: nunca será cobrado nada do usuário.

O maior destaque, na visão dele, é a possibilidade de oferecer a capacidade de escrever sobre algo em diferentes línguas, para um público em ascensão. Além disso, o executivo diz que é possível manter a mídia em alta sem depender do fracasso do Twitter.

"Assim que as pessoas souberem mais sobre nós e sobre o que fazemos, milhões de pessoas vão querer fazer parte dessa plataforma. Aproveitar essa nova plataforma focada em incluir pessoas. Eu acho que toda vez que eu Twitter cometer um erro alguns milhares de usuários virão para o Koo, porque essa é uma reação natural da humanidade. Nós só ficamos felizes com o que estamos usando quando a gente começa usar", conclui o cofundador do Koo.