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Criadora do TikTok está desenvolvendo um aplicativo semelhante ao Clubhouse

Por| 04 de Março de 2021 às 12h05

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Divulgação / Bytedance
Divulgação / Bytedance
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A ByteDance, criadora e controladora do TikTok, estaria desenvolvendo um aplicativo semelhante ao Clubhouse e focado no mercado chinês - pelo menos inicialmente. As informações são da agência de notícias Reuters.

Os planos da ByteDance ainda estão nos estágios iniciais, afirmaram a Reuters duas fontes que trabalham na companhia e que preferiram não ser identificadas Segundo elas, as discussões sobre TikTok e sua controladora no Clubhouse despertaram o interesse no formato de plataforma - baseada apenas em áudios - de executivos da companhia chinesa, incluindo o CEO Zhang Yiming.

Procurada pela Reuters, a ByteDance não quis comentar. Mas o interesse da companhia em criar sua versão do Clubhouse é apenas mais um passo de uma tendência curiosa: a rede social de áudios criada por Paul Davison e Rohan Seth também vem inspirando uma série de imitadores na própria China.

Uma forma de driblar a censura

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Mais de 10 aplicativos semelhantes ao Clubhouse foram lançados no mês passado em território chinês, principalmente depois que o próprio foi bloqueado no país asiático no início de fevereiro. Aos olhos dos usuários da região, o formato da rede social permite um aumento no número de discussões sobre tópicos delicados, como os campos de detenção de Xinjiang e a independência de Hong Kong.

Isso acontece porque todas as conversas ocorridas em redes sociais no formato do Clubhouse acontecem em tempo real e não tem como serem gravadas e nem ficam armazenadas em servidores. Logo, não poderiam ser usadas como provas pelo censores chineses em eventuais processos.

Mas se os usuários chineses veem essas redes como uma boa forma de driblar a censura, o governo do país também já está achando formas de enquadrar esses aplicativos para mantê-los sob a sua supervisão - leia-se censura.

Um exemplo disso é o aplicativo Zhiya, criado por uma empresa chamada Lizhi Inc. e que, inclusive, está listado na Nasdaq. A plataforma foi lançada em 2013 e nela seus usuários costumam falar sobre videogames ou cantar músicas. E, para fazer parte dela. o aplicativo exige o registro do nome real da pessoa, exigência que seus administradores dizem ser fundamental na China.

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A empresa também emprega funcionários para ouvir conversas em todas as salas e implanta ferramentas de inteligência artificial para eliminar conteúdo “indesejado”, como pornografia ou questões politicamente sensíveis. O aplicativo foi brevemente retirado do ar pelos reguladores chineses em 2019, mas foi restabelecido depois que a Lizhi fez retificações.

Marco Lai, CEO da Lizhi, disse que, fora da política, havia muito espaço para aplicativos de bate-papo com áudio na China: “Os adultos na China não gostam de expressar suas opiniões em público. Fomos ensinados a ser discretos a nossa juventude”, explica. “Mas uma boa abordagem na China, porém, é o entretenimento. Você convida todo mundo para se divertir.”

Outra prova de que o governo chinês está atento a movimentação das redes sociais de áudio envolve uma companhia chamada Inke, mais conhecida por sua plataforma de live streaming. Em fevereiro, a empresa lançou um aplicativo semelhante ao Clubhouse, que leva o nome de Duihuaba. E ainda recrutou ivestidores de risco, críticos de moda e outras celebridades para conversas. No entanto, a plataforma foi abruptamente retirada do ar duas semanas após sua estreia. Segundo seus administradores, o aplicativo precisava de "mais melhorias", mas não foram dados mais detalhes.

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Outras gigantes também querem o seu Clubhouse  

Outras Big Techs mundo afora também querem um Clubhouse para chamar de seu. O Facebook, por exemplo, (para a surpresa de ninguém) já estaria trabalhando em uma versão própria do aplicativo ou ainda em um recurso para ser implementado nas redes da companhia, segundo fontes da área.

Já o Twitter lançou recentemente o Twitter Spaces, onde é possível criar grupos para bate-papo por voz ao vivo. As conversas ficam abertas a todos os participantes. Apenas contas que sejam públicas, ou seja, que não tenham seus tuítes protegidos, podem criar salas. Ao criá-las, o moderador decide como cada pessoa pode participar, ou seja, quem terá o direito de falar, com as alterações podendo ser alteradas a qualquer momento.

E até mesmo a Xiaomi quer sua fatia nesse bolo. Para isso ela reformulou o aplicativo Mi Talk, que fora lançado em 2010, e trouxe a ele um formato de funcionamento semelhante ao Clubhouse. Atualmente, somente funcionários da Xiaomi residentes da China podem utilizar o app — na exigência de apresentar o mesmo número de contato registrado na base de dados da companhia. Além disso, podem acessar a plataforma somente aqueles que apresentarem um código de convite, em estratégia semelhante à adotada pela "colega" norte-americana.

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Essa nova versão do Mi Talk ainda está esse período de testes que, segundo a Xiaomi, “está para acabar em breve”. Mas o sistema de convites prevalecerá posteriormente e não há previsão de quando a plataforma irá para outros países além da China.

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